Governo português fará "alguns esforços" para retomar vias áereas com Guiné-Bissau - Machete

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 14 jan (Lusa) -- O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou hoje que o Governo português fará "alguns esforços" para que sejam retomadas as ligações aéreas com a Guiné-Bissau, interrompidas em dezembro, "em prol" dos guineenses e dos portugueses.

"Não esqueço que os recentes incidentes que aconteceram em Bissau têm também de ser superados e faremos alguns esforços (...) para encontrar as vias para que se restabeleça também aí a normalidade, que é muito desejada", disse o ministro, durante uma visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

No entanto, é necessário ultrapassar "algumas situações jurídicas -- derivadas da situação de o governo [da Guiné-Bissau] ser, para nós, um governo de facto - em prol sobretudo dos guineenses e do povo português, se possível", disse o ministro, aludindo ao embarque forçado de 74 passageiros, alegadamente de nacionalidade síria, com passaportes falsos, em Bissau, num voo da TAP com destino a Lisboa.

Na sequência deste caso, a transportadora decidiu suspender a ligação aérea entre Portugal e a Guiné-Bissau, no final de dezembro.

Em abril de 2012, um golpe militar colocou no poder um governo de transição, liderado pelo Presidente Serifo Nhamadjo, que não é reconhecido pela CPLP e por grande parte da comunidade internacional.

Antes, o governante português defendeu ser "muito importante" que sejam realizadas as eleições nacionais na Guiné-Bissau, um dos oito países membros da CPLP, na data prevista (16 de março), gerando "um governo legitimado democraticamente num Estado de direito para realizar a plenitude das suas funções".

"A Guiné ocupa um lugar cimeiro nas nossas preocupações", sustentou Rui Machete.

Na receção ao ministro dos Negócios Estrangeiros, o secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy defendeu que a Guiné-Bissau deve "merecer um carinho e uma atenção muito especiais" no Conselho de Ministros Extraordinário, que se realizará em breve.

"Temos de apoiar a Guiné-Bissau a reconquistar a sua normalidade constitucional", disse o responsável.

O ministro da Presidência e de Estado da República da Guiné-Bissau afirmou hoje que a "questão política" com a TAP e o "momento difícil" da relação com Portugal serão "ultrapassados" com a realização de eleições naquele país.

Outro dos temas a abordar na reunião de ministros da CPLP, acrescentou Murade, será a decisão sobre a Guiné Equatorial, que tem estatuto de observador da CPLP desde 2006, mas cujo processo de adesão tem sido adiado.

"A nossa comunidade granjeou respeito a nível internacional. Se conseguirmos respeitar os valores e princípios que nos orientam e também criando um espaço que outros se possam associar a nós, podemos superar muitas outras nações. Temos uma base, um grupo de países que se afirmaram e que estão unidos e poderemos ser uma grande organização internacional, respeitada e capaz de ter uma voz firme", sublinhou o secretário-executivo da CPLP.

Sobre a Guiné-Equatorial, Machete não se pronunciou, mas na semana passada havia defendido que aquele país deve "cumprir o roteiro estabelecido com as suas autoridades", nomeadamente a obrigação de promover o uso da língua portuguesa e adotar uma moratória sobre a pena de morte.

O terceiro assunto a discutir na reunião será a adoção do Plano de Ação de Lisboa sobre o uso da língua portuguesa, disse Murade Murargy.

JH (JYCR) // PJA

Lusa/fim

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