Stephen Hawking: Forma como enfrentou a doença foi "uma inspiração"

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 14 mar (Lusa) -- A forma como o cientista Stephen Hawking assumiu a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) foi "uma inspiração" para os doentes e ajudou a dar notoriedade à doença, segundo a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA).

O astrofísico Stephen Hawking morreu esta madrugada na sua casa de Cambridge, aos 76 anos, depois de mais de 50 anos a lutar contra a ELA.

"Stephen Hawking foi e será sempre um caso muito peculiar da ELA, doença que tem uma esperança de vida de dois a cinco anos e ele viveu mais", disse à agência Lusa Filomena Borges, da APELA, acrescentando que o astrofísico "desafiou as probabilidades" ao sobreviver muito mais do que os médicos previam.

"É de facto muito inspirador como conseguiu seguir a sua vida com as especificidades que a patologia comporta: perda total da fala, incapacidade física total. Ainda assim tentou manter a sua rotina, com a ajuda das tecnologias de apoio à comunicação", acrescentou.

Filomena Borges sublinhou ainda que Hawking, apesar de estar incapacitado fisicamente, continuou a produzir.

"Isso prova que um doente com ELA pode continuar a produzir, apesar de perder a fala, os membros superiores e inferiores", afirmou a responsável, acrescentando que o astrofísico britânico "foi uma figura pública que deu grande notoriedade à doença e às associações que representam os doentes".

A ELA é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e rara, sendo a forma mais frequente de Doença do Neurónio Motor (DNM).

Na Esclerose Lateral Amiotrófica, os neurónios motores (cabos elétricos) que conduzem a informação do cérebro aos músculos do corpo, passando pela medula espinhal, morrem precocemente. Como resultado, esses músculos, que são os que fazem o corpo mexer (músculos estriados esqueléticos), ficam mais fracos.

Segundo a informação disponibilizada na página da internet da APELA, os doentes referem frequentemente pequenos saltos involuntários nos músculos (fasciculações), fadiga e cãibras. Pode haver dificuldade na mobilização articular por os músculos estarem mais presos (espasticidade).

Uma vez que o ser humano tem músculos para mexer as pernas e os braços, para falar, mastigar, engolir e para respirar e tossir, pode haver queixas envolvendo quaisquer desses movimentos. Alguns doentes referem ainda aumento da quantidade de saliva (sialorreia), por dificuldade na sua deglutição automática.

Stephen Hawking foi um dos cientistas com maior destaque desde o físico alemão Albert Einstein. A sua obra "Uma Breve História do Tempo" é um dos livros mais vendidos no mundo.

Apesar de sofrer de ELA desde os 21 anos, Hawking surpreendeu os médicos ao viver mais de 50 anos com a doença.

Em 1985, uma grave pneumonia deixou-o a respirar por um tubo, forçando-o, desde então, a comunicar através de um sintetizador de voz eletrónico.

A combinação entre a sua obra e o facto de permanecer quase totalmente incapacitado - no final podia apenas contrair alguns músculos da cara - fez com que se tornasse um dos cientistas mais conhecidos do mundo.

Publicado em 2014, o filme "The Theory of Everything" ("A Teoria de Tudo"), retrata a sua vida e carreira académica.

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