Fafe, 13 jan (Lusa) - O novo presidente da Câmara de Fafe, o socialista Raúl Cunha, disse à Lusa acreditar que o acordo de gestão autárquica com o PSD foi "a melhor solução" para assegurar a "tranquilidade" no executivo.

"Foi possível fazer com que os dois partidos políticos pudessem entrar num acordo que permitisse dar maioria e maior tranquilidade do executivo", afirmou.

O autarca, que se notabilizou em Fafe, nas últimas décadas, como médico e gestor, comentava à Lusa o facto de o PS não ter conseguido a maioria absoluta num executivo de nove elementos, em que o movimento independente liderado por Parcídio Sumavielle conta com três eleitos e o PSD dois.

"Da análise das várias forças políticas no terreno, encontrámos maior facilidade de diálogo com o PSD. Foi uma conversação franca e transparente", declarou ainda Raúl Cunha.

Nas autárquicas de outubro em Fafe, um concelho com mais de 50.000 eleitores, o PS alcançou apenas mais 15 votos do que a lista independente, num processo conturbado de apuramento de resultados, que levou à recontagem em algumas freguesias por ordem do Tribunal Constitucional.

Raúl Cunha não se quis pronunciar sobre aquela matéria, mas admitiu que o PS, habituado a governar nos últimos mandatos, sempre em maioria absoluta, teve de "respeitar a vontade popular".

"Os resultados das eleições ditaram que o PS deixou de ter a maioria absoluta no concelho. Isso não deve significar que o PS não tenha a obrigação de criar as condições para poder ter uma solução política que dê estabilidade ao executivo e que permita desencadear e desenvolver os projetos que tragam crescimento e desenvolvimento ao concelho", comentou.

Raúl Cunha acrescentou que, após a tomada de posse, que ocorreu no início de novembro, a primeira prioridade foi "criar as condições políticas para que a estabilidade acontecesse".

Comentando o acordo com o PSD, o autarca socialista chamou à atenção para o facto de os dois eleitos sociais-democratas terem assumido pelouros no executivo, um a tempo inteiro e outro a meio tempo, "ficando com áreas importantes do funcionamento da autarquia", incluindo o licenciamento municipal e o PDM.

Para o chefe do executivo, o importante foi "criar as condições para que a câmara pudesse ter uma intervenção com alguma estabilidade".

Recordando a "boa saúde financeira" herdada da anterior gestão, o presidente da câmara disse estarem reunidas as condições para que o atual mandato seja muito positivo para Fafe, aproveitando o próximo quadro comunitário de apoio.

"As duas forças políticas estão a trabalhar em conjunto, no sentido de que os empresários se sintam apoiados e acarinhados no nosso concelho e que tenham a porta aberta para poderem fazer cá os seus investimentos e desse modo criar emprego", adiantou.

Raúl Cunha destacou o apoio à criação de emprego como a principal prioridade da sua gestão, reforçando a capacidade de atração de investimento.

"Promover a marca Fafe", trabalhando para que "o concelho tenha outro reconhecimento", é outra "ideia forte" assumida pelo novo presidente de câmara.

"Gostávamos de tentar pôr Fafe no mapa, criando a marca Fafe. Para isso, vamos ter um conjunto de iniciativas ligadas ao turismo e à cultura que sejam capazes de fazer Fafe crescer e ser um polo com a importância que merece na região", concluiu.

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