Barclays investe 23 milhões de euros no novo posicionamento em Portugal

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 07 jan (Lusa) - O Barclays investiu 23 milhões de euros para avançar com o seu novo posicionamento no mercado português, focado no segmento afluente, revelou à agência Lusa fonte oficial do banco, sem adiantar qual o montante gasto no redimensionamento da rede.

No bolo dos 23 milhões de euros estão contabilizados os investimentos feitos pelo Barclays em tecnologia, em marketing e na formação e certificação dos gestores 'premier', isto é, especializados no segmento afluente, onde se incluem clientes com ativos financeiros acima de 100 mil euros ou rendimentos mensais superiores a 5 mil euros.

O Barclays gastou ainda vários milhões de euros na redução da sua operação em Portugal, quer no fecho de agências, quer no programa de rescisões de trabalhadores. Questionada pela Lusa, fonte oficial do banco escusou-se a especificar quais os valores em causa, mas fontes do setor apontam para que tenham sido vários milhões de euros, dada a dimensão da redução da capacidade instalada do banco.

Em meados de novembro, numa entrevista concedida ao jornal Expresso, Jaime Echegoyen, presidente do Barclays para a Península Ibérica, avançou que o banco tinha encerrado 113 balcões no mercado português, passando de um total de 260 agências no final de 2012 para 147 balcões.

Na mesma ocasião, o responsável abriu o jogo sobre o desfecho do programa de rescisões de colaboradores do Barclays Portugal, traduzido numa redução de 446 funcionários. Assim, em novembro do ano passado, o banco contava com 1.600 trabalhadores, contra os 2.046 colaboradores que tinha em dezembro de 2012.

Isto, em resposta aos prejuízos de 161,4 milhões de euros registados pelo Barclays em Portugal em 2012 e de 74,7 milhões de euros no ano anterior.

De resto, o Barclays avançou com a mudança do seu posicionamento em quatro mercados da Europa continental. Além de Portugal, também as suas operações em Espanha, França e Itália foram alvo de transformações.

No relatório dos resultados consolidados do primeiro semestre de 2013 é possível constatar que o banco britânico admitiu um custo global de 365 milhões de libras (438 milhões de euros) numa rubrica designada por "custos para alcançar a transformação" da sua atividade nos quatro países acima designado.

"Queremos estar no mercado 'affluent'. O ADN do Barclays em Portugal é esse. Foi o ponto de partida e estamos a voltar à raíz", afirmou à Lusa Vítor Pereira, diretor de marketing do banco no mercado português.

Na prática, o plano que o Barclays tem em curso em Portugal desde dezembro último passa por disponibilizar aos clientes com ativos financeiros superiores a 100 mil euros ou um rendimento líquido mensal superior a cinco mil euros o "acesso rápido a um gestor com alto nível de conhecimento e capacidade de resolução, que o apoie na tomada de decisões de investimentos e que compreenda as suas necessidades individuais como cliente", frisou Vítor Pereira.

Atualmente, o Barclays Portugal conta com 30 mil clientes afluentes, mas o objetivo é duplicar esse número a médio prazo.

"Até 2015 queremos ter neste segmento metade do total de 30 mil clientes que pretendemos captar, ou seja, mais 15 mil clientes", especificou o responsável, acrescentando que "a grande maioria serão atuais clientes, mas que não têm atualmente o Barclays como o seu primeiro banco".

No âmbito do investimento feito para atingir tal objetivo, o Barclays lançou uma nova campanha publicitária, ao mesmo tempo que desenvolveu uma nova página na Internet, novas ferramentas ao nível do 'mobile banking' e novas soluções tecnológicas que vão ao encontro das necessidades dos clientes afluentes.

DN // VC

Lusa/fim

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