Sindicato entrega em tribunal queixa-crime contra o Casino da Póvoa
Porto Canal / Agências
Póvoa de Varzim, 13 jan (Lusa) - O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Restaurantes e Similares do Norte (STIHRSN) entregou hoje no Tribunal da Póvoa de Varzim uma queixa-crime a propósito do despedimento coletivo de 21 trabalhadores do casino deste concelho.
"No essencial, a queixa visa dizer que se a lei do jogo, a lei de branqueamento de capitais e o contrato de concessão celebrado entre a empresa gestora do Casino da Póvoa e o Estado fossem cumpridos, os 21 trabalhadores que estão a ser algo de um despedimento ilegal não eram despedidos e eram necessários muitos mais para assegurar o bom funcionamento deste estabelecimento", explicou, à Lusa, o responsável do STIHRSN, Francisco Figueiredo.
Contactada pela agência Lusa, a administração do Casino da Póvoa, a cargo da Varzim Sol (do grupo Estoril Sol), não quis comentar a queixa-crime apresentada pelo sindicato, mas, em outubro do ano passado, justificou o despedimento coletivo com a quebra de receitas registada desde 2008.
"O que está na origem deste despedimento coletivo tem a ver com a quebra de receitas que estamos a ter desde 2008. Perdemos um terço das nossas receitas e isso leva-nos a ter que tomar algumas decisões de gestão como esta", afirmou então à Lusa fonte oficial do casino, destacando que, só em 2013, a faturação recuou cerca de 12%.
Ainda que denuncie irregularidades que este sindicato diz serem da responsabilidade da Estoril Sol, a queixa-crime também atribui culpas ao Turismo de Portugal e à Inspeção-Geral de Jogos, segundo a fonte.
"A lei do jogo não é respeitada. Existem máquinas a funcionar ilegalmente no casino e muitas situações irregulares como clientes proibidos de jogar que continuam a entrar no casino com o conhecimento da administração. A Inspeção-Geral de Jogos já foi alertada, mas continua sem atuar", criticou Francisco Figueiredo.
De acordo com o responsável do STIHRSN o Casino da Póvoa já teve mais de 600 funcionários, mas atualmente só conta com 244.
Está a decorrer um processo de despedimento coletivo que visa a saída de 21 trabalhadores, mas o sindicato garante que estes funcionários "são necessários" e que o despedimento é "ilegal".
Francisco Figueiredo alegou aliás que a exploração dos bares e dos espetáculos do Casino da Póvoa estão entregues a duas empresas distintas que nada têm a ver com a Estoril Sol, pelo que defendeu o regresso dessa gestão para as mãos os administradores do casino e assim existiriam "ainda mais postos de trabalho e um melhor serviço prestado ao cliente".
"Queremos que a empresa repense a sua posição e não despeça trabalhadores. E queremos que o Ministério Público intervenha neste caso", vincou o responsável do STIHRSN.
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