Portas reeleito pede ajuda ao PS para fim da 'troika' e vinca sucesso da coligação

| Política
Porto Canal

Paulo Portas foi hoje reeleito presidente do CDS-PP e fechou o Congresso a pedir ajuda ao PS para terminar o programa de assistência, vaticinando que a atual coligação será a primeira a terminar o mandato em Portugal.

"Dizem que nenhuma coligação terminou o seu mandato em quarenta anos de democracia. Algo me diz que seremos os primeiros a fazê-lo e a partir daí não seremos os últimos a fazê-lo", afirmou Paulo Portas, no encerramento do XXV Congresso do CDS-PP, que decorreu desde sábado em Oliveira do Bairro.

Num discurso de cerca de 45 minutos - apressado pelo 'clássico' de hoje à tarde entre Benfica e Porto -, Paulo Portas pediu ao PS uma "pacificação em nome do interesse nacional" para que Portugal termine o programa de assistência económica e financeira em maio deste ano.

No final do Congresso, o líder do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que esteve presente na sessão de encerramento, sublinhou que também tem feito esse apelo e disse que o PS "não está afastado nem deixa de estar de um programa cautelar", apesar de não ser exigível a assinatura do maior partido da oposição nesse tipo de apoio.

Pelo PS, João Proença, que encabeçou a delegação presente na reunião centrista, disse que os socialistas têm estado disponíveis para compromissos concretos -- como o do IRC -- mas avisou para que não contem com o partido para desrespeitar a Constituição.

A lista para a comissão política nacional de Paulo Portas, a direção do partido, foi eleita com perto de 86 por cento dos votos - abaixo dos 91,7 do último Congresso - depois de, na madrugada de domingo, a moção do líder ter derrotado o outro único candidato que levou o seu texto a votos, Filipe Anacoreta Correia, do movimento Alternativa e Responsabilidade (AR), por 82 por cento contra 16,6.

O movimento AR perdeu representatividade no Conselho Nacional, o 'parlamento' do partido, e viu o nome que propôs para presidente deste órgão - Luís Nobre Guedes - ser derrotado pelo candidato da direção, Telmo Correia (que conseguiu 82,9 por cento dos votos).

Uma terceira lista ao órgão máximo entre Congressos, que integra elementos próximos da antiga direção de Ribeiro e Castro, conseguiu eleger três conselheiros nacionais - o mesmo número de elementos que o AR perdeu.

Paulo Portas terá, a partir deste Congresso, três novos vice-presidentes, mas escolhidos entre o seu círculo de sempre - João Almeida, Diogo Feio e Mota Soares - e o partido um novo porta-voz, Filipe Lobo d´Ávila, que saiu recentemente do Governo.

O Congresso de Oliveira do Bairro foi o momento escolhido por Paulo Portas para dar explicações ao 'seu povo' sobre a crise política do verão - quando se demitiu de forma 'irrevogável', mas acabou por recuar, permanecendo no Governo com poderes reforçados como vice-primeiro-ministro.

Perante os congressistas, Portas defendeu que o seu pedido de demissão reforçou o Governo e beneficiou a economia e rejeitou tenha sido "um capricho" ou "um enfado": "O que teve de ser teve muita força".

A coligação com o PSD nas europeias foi abordada em várias intervenções que, sem pôr em causa que os dois partidos concorram juntos em maio, não esconderam a 'saudade' da última campanha em que o partido foi a votos sozinho e conquistou dois eurodeputados, contra as sondagens da altura.

Já sobre as legislativas de 2015, o tom geral foi o de deixar esse assunto para mais tarde - incluindo o de Passos Coelho no final do Congresso - com Paulo Portas a prometer que os militantes serão ouvidos antes de uma decisão apesar de, pelo calendário, o próximo Congresso só estar previsto para 2016.

Algumas críticas ao PS - sobretudo ao anterior Governo que os democratas-cristãos responsabilizam pela entrada da 'troika' em Portugal - e muitos discursos sobre o período após maio deste ano, data em que está previsto o encerramento do programa de assistência financeira, deram também o tom do Congresso, com os ministros e secretários de Estado do CDS-PP no Governo a defenderem que a saída do programa deve ser o objetivo essencial do partido e do executivo.

Se o pós-'troika' foi um tema recorrente do Congresso - que fechou com o 'slogan' Portugal é capaz -, a discussão do 'pós-Portas' praticamente ficou de fora do Espaço Inovação de Oliveira do Bairro.

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