Um morto em protesto contra Presidente na República Democrática do Congo

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Kinshasa, 25 fev (Lusa) - Um homem de trinta anos foi morto a tiro hoje em Kinshasa pela polícia, na sequência das marchas católicas contra o Presidente Joseph Kabila, na República Democrática do Congo (RD Congo), de acordo com fontes hospitalares.

"Desde as 07:00 horas (locais, 06:00 horas em Lisboa) recebemos três feridos ligados à marcha dos católicos. Dois foram gravemente feridos por armas de fogo. O terceiro, que foi baleado no peito, acabou por morrer", disse o médico François Kajingulu, diretor do Hospital St. Joseph em Limete, no centro de Kinshasa.

Um agente "disparou contra o meu irmão de perto na paróquia de São Bento. Eu estava perto do meu irmão", disse à AFP o irmão da vítima mortal.

Uma outra marcha de católicos contra a continuidade do Presidente Joseph Kabila no poder foi dispersa pela polícia hoje, após uma missa na catedral de Kisangani, no nordeste da República Democrática do Congo (RD Congo), e provocou feridos, constatou um jornalista da AFP.

Centenas de fiéis que saíram da missa iniciaram uma marcha que foi dispersada logo de seguida pelas forças de segurança, que usaram gás lacrimogéneo e munições reais. Pelo menos duas pessoas foram feridas na sequência de tiros das forças de segurança, de acordo com o correspondente da agência de notícias francesa.

Os fiéis refugiaram-se na paróquia cantando o "Debout Congolais", o hino nacional da RDC.

Na comunidade de Mangobo, no norte de Kisangani, os moradores reuniram-se nas ruas e vários grupos de jovens ficaram a 50 metros da Guarda Republicana, uma unidade especial encarregada de proteger o Presidente Joseph Kabila.

Em várias cidades, as marchas foram dispersas pelas forças de segurança, que se desdobraram em grande número em frente a todas as igrejas católicas, relataram os correspondentes da AFP.

Este foi o caso em Kikwit (sudoeste), em Goma (leste), onde dois homens jovens foram brutalmente agredidos pela polícia. Na cidade vizinha de Bukavu, qualquer tentativa de protesto foi sistematicamente dispersada com gás lacrimogéneo.

Estas marchas são organizadas pelo Comité de Coordenação de Leigos (CLC), um coletivo de intelectuais próximos da Igreja Católica, que pede ao Presidente Kabila para anunciar publicamente que não será candidato nas eleições agendadas para 23 dezembro.

O mandato de Kabila terminou a 20 de dezembro de 2016, mas o Presidente recusa-se a deixar o poder, adiando sistematicamente as eleições.

Em Kinshasa, onde as marchas foram proibidas, a polícia definiu o objetivo de "zero mortes" durante este terceiro protesto.

As duas manifestações anteriores, que ocorreram a 31 de dezembro e a 21 de janeiro, causaram cerca de 15 mortos, de acordo com a Igreja.

Na sexta-feira, a União Europeia, a Suíça e o Canadá reiteraram, numa declaração conjunta, "a importância do respeito pelas liberdades fundamentais, em particular a liberdade de manifestação e de culto".

CSR// ATR

Lusa/fim

+ notícias: Mundo

Israel ataca posição militar no sul da Síria

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou que Israel atacou esta sexta-feira uma posição militar no sul da Síria, no mesmo dia em que foram registadas explosões no centro do Irão.

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.