Lesados do BES protestam em Lisboa e prometem continuar até ao Parlamento Europeu

| País
Porto Canal com Lusa

Cerca de meia centena de lesados do papel comercial pelo antigo Banco Espírito Santo (BES) e elementos do grupo “Os Inconformados” manifestaram-se este sábado em Lisboa e garantiram que vão prosseguir com os protestos até ao Parlamento Europeu.

Atualizado 25-02-2018 11:47

Pelas 15:00, o grupo concentrou-se junto ao Largo Camões, em Lisboa, empunhando cartazes e gritando palavras de ordem como: “Basta de corrupção”.

“Fomos burlados com informação falsa dentro do Banco [Espírito Santo], porque os gerentes aproveitaram-se da confiança que nós depositávamos neles. Disseram-nos que havia uma provisão [para nos reembolsarem] e utilizaram-na para pagar a institucionais”, disse à Lusa o porta-voz do grupo de lesados do Novo Banco, lesados do papel comercial e lesados emigrantes, António Silva.

De acordo com o responsável, os lesados têm tentado contactar com o Novo Banco que, por sua vez, descarta responsabilidades.

“O Banco de Portugal criou uma entidade de ponte, o Novo Banco, passando todo o dinheiro que estava garantido para essa instituição e as responsabilidades, paciência. O Novo Banco tem de responder e assumir responsabilidades, tal como está a fazer em Espanha”, acrescentou.

O porta-voz garante que os lesados recusam a solução encontrada, que prevê o pagamento de 75% das aplicações até 500 mil euros e de 50% para valores acima de 500 mil euros.

“Se fossemos nós a dever, o banco também exigia que a totalidade da dívida fosse paga ou então ia penhorar os nossos bens”, notou.

António Silva garante que as manifestações vão continuar, destacando que o objetivo do grupo passa ainda por chegar ao Parlamento Europeu.

“Temos previsto para o dia 09 de março um protesto junto à sede do PS e da CMVM [em Lisboa]. Estamos a pensar num protesto junto ao Parlamento Europeu, que ainda não tem data definida, porque primeiro temos de tratar da parte logística e obter algumas licenças”, concluiu.

Aos lesados do papel comercial juntou-se o grupo “Os Inconformados”, que se solidarizou com o protesto.

“Não há dia nenhum em que não apareçam casos de corrupção em qualquer fação da nossa sociedade. […] Portugal não tem capacidade para aguentar mais. O dinheiro que está a ser canalizado para onde não deve é, efetivamente, necessário”, disse à Lusa, Patrícia Manguinhas, uma das responsáveis do grupo.

A representante lamentou ainda que, apesar do convite direcionado a todos os partidos políticos, apenas estivessem representados no protesto de hoje o PNR e o PURP.

“Não têm dado resposta às nossas reivindicações. Enviámos a informação para todos os partidos constitucionalmente registados e temos apenas o PNR e o PURP presentes. Tivemos ainda a resposta do PAN, que nos disse que não tinha pessoas disponíveis”, indicou.

O BES, tal como era conhecido, acabou em 03 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.

O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num ‘banco bom', denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o ‘banco mau' (‘bad bank'), sem licença bancária.

+ notícias: País

Caixa de medicamento "antifascista" colocada na campa de Salazar

No cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão, foi colocada uma enorme caixa de medicamentos na campa de António de Oliveira Salazar. Autoria do artista português Bordalo II, o “probiótico antifascista” tem o nome de “Liberdade” e o vídeo partilhado pelo próprio nas redes sociais já está a gerar uma forte onda de contestação, a poucos dias das comemorações dos 50 anos do 25 de abril.

Portugal com 20 casos confirmados de sarampo

Portugal tem 20 casos confirmados de sarampo, revelou esta terça-feira a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, que realçou as “elevadas taxas de cobertura nacionais” na vacinação contra esta doença.

Arquitetos querem salário de 1300 euros à entrada da profissão

O SINTARQ - Sindicato dos Trabalhadores em Arquitectura convocou esta terça-feira todos os profissionais para discutir e aprovar as primeiras tabelas salariais para o setor da arquitetura, nomeadamente a proposta de 1.300 euros de salário de entrada na profissão.