Campanha para as presidenciais no Egipto arranca oficialmente este sábado

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Porto Canal com Lusa

Cairo, 24 fev (Lusa) -- A campanha eleitoral para as eleições presidenciais no Egipto arrancou hoje, com apenas um candidato a contestar o atual chefe de Estado, Abdelfatah al-Sisi, que concorre a um novo mandato de quatro anos.

O líder do partido Al-Gad, Musa Mustafa Musa, é o único que competirá com o atual presidente egípcio, tendo recebido críticas por se ter apresentado a votos no último momento e depois de ter anunciado o apoio à reeleição de Al-Sisi.

Segundo relatam os correspondentes locais da agência espanhola EFE, Musa é pouco conhecido e o partido que lidera não é nem muito popular nem muito organizado, pelo que fará campanha com recursos limitados e sem se deslocar a muitas das províncias do Egipto.

Em entrevista ao diário egípcio Al-Shuruq, citada pela EFE, Musa garantiu que a comunicação social está a dar igual espaço aos concorrentes e que até está a ter mais cobertura mediática do que Al-Sisi, já que este "não precisa".

Há várias semanas que o rosto do marechal que chegou ao poder após um golpe de Estado, em julho de 2013, está espalhado por cartazes nas principais avenidas e pontes do Cairo, a capital egípcia, apesar de o início oficial da campanha eleitoral para as eleições de 23 de março ter arrancado apenas hoje.

Neste cenário, a vitória não deverá ser difícil para Al-Sisi, que, em 2014, ganhou com mais de 96 por cento dos votos.

A questão será a taxa de participação, dado que a oposição apelou ao boicote. Destacadas figuras políticas, entre as quais o único candidato que enfrentou Al-Sisi há quatro anos, o socialista Hamdín Sabahi, apelaram ao boicote às eleições, considerando que estas não oferecem garantias nem candidatos suficientes.

Há dez dias, várias organizações da sociedade civil egípcia qualificaram o escrutínio como "uma farsa no meio de uma onda de repressão dos direitos humanos", depois da repressão de todas as vozes críticas, com o último caso a envolver a prisão do islamita moderado Abdelmenem Abul Futuh, depois de este criticar o governo atual numa entrevista televisiva.

"Os aliados do Egito devem agora falar publicamente para denunciar estas eleições, que são uma farsa, em vez de continuar o apoio inquestionável a um governo que preside à pior crise de direitos humanos do país em décadas", apelaram, em comunicado, 14 organizações não-governamentais, entre as quais a Human Rights Watch, a Repórteres Sem Fronteiras, a Federação Internacional dos Direitos Humanos e a Organização Mundial contra a Tortura.

As Nações Unidas instaram as autoridades egípcias a garantirem um processo eleitoral "credível, inclusivo e participativo".

Os candidatos da oposição Jaled Ali, advogado de direitos humanos, e Muhammad Anwar al-Sadat, ex-deputado, renunciaram à disputa eleitoral, queixando-se de manipulação governamental e de receio quanto à segurança dos seus apoiantes.

Uma a uma, as candidaturas dos principais rivais de Al-Sisi foram sendo afastadas -- a mais destacada das quais do ex-chefe do Estado-Maior Sami Anán, acusado pelas forças armadas de "falsificar" documentos para se apresentar a eleições e de "criar disputas" entre os militares e o povo.

No Egipto, os militares não podem expressar opiniões políticas nem participar nas eleições, mas desde 1952 que todos os governantes do país procedem das fileiras do Exército, com exceção do presidente islamita Muhammad Mursi.

As eleições no Egipto realizam-se entre 26 e 28 de março.

SBR (GC)// ATR

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