Mil armas de fogo ilegais apreendidas em Chicago desde o início do ano
Porto Canal com Lusa
Chicago, EUA, 22 fev (Lusa) - Mil armas de fogo ilegais foram apreendidas nas ruas de Chicago desde o início do ano, tendo muitas delas sido usadas em atividades criminosas, revelaram hoje as autoridades policiais desta cidade americana.
A arma número mil foi apreendida na noite de terça para quarta-feira. Estava na posse de "um criminoso reincidente", que foi detido pela polícia depois de ter fugido do local de um acidente rodoviário, revelou o chefe da polícia de Chicago, Eddie Johnson, um defensor de leis de armas mais rigorosas.
O anúncio das autoridades de Chicago surge uma semana depois do tiroteio numa escola da Flórida, em que morreram 17 pessoas. Na quarta-feira da semana passada, um jovem de 19 anos, entrou no liceu Stoneman Douglas, de onde tinha sido expulso, e matou 17 pessoas, entre alunos e professores, com uma arma semiautomática comprada legalmente, apesar dos seus antecedentes psiquiátricos e de um alerta feito à polícia federal (FBI, na sigla em inglês).
Desde então, jovens sobreviventes envolveram-se no debate público para forçar uma mudança na legislação sobre aquisição, transporte e posse de armas legais.
Terceira maior cidade dos Estados Unidos, Chicago enfrenta um aumento alarmante nos crimes com armas de fogo. Só em 2016, mais de 750 pessoas foram mortas com armas de fogo, o que levou a cidade a contratar mais agentes de polícia e a mudar práticas de policiamento, numa tentativa de travar a violência.
Mais de 60 por cento das armas recentemente adquiridas usadas para cometer crimes em Chicago são provenientes de outros estados, incluindo Wisconsin e Indiana, de acordo com um estudo da Universidade de Chicago de 2015.
Na quarta-feira, o Presidente norte-americano prometeu tomar medidas "fortes" de verificação dos antecedentes criminais e mentais dos compradores de armas, ao receber na Casa Branca sobreviventes do tiroteio da Florida.
"Vamos ser muito fortes na verificação dos antecedentes", declarou Donald Trump. Por seu lado, uma jovem aluna do liceu de Parkland, na Florida, pediu-lhe que "tomasse boas decisões" para que uma tragédia destas não se repetisse.
Trump também se declarou favorável a armar professores nas escolas, para proteger os alunos em caso de ataque similar ao de Parkland.
Os professores teriam a arma dissimulada e seguiriam uma formação prévia, adiantou Trump, sem anunciar uma decisão definitiva sobre este polémico assunto.
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