Segundo partido da oposição timorense reúne conferência para aprovar coligação AMP

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Porto Canal com Lusa

Díli, 22 fev (Lusa) - Taur Matan Ruak, líder do segundo partido da oposição timorense, o PLP, disse hoje que a identidade do partido não desaparecerá com a sua integração na coligação AMP para as eleições antecipadas, criada após um "grande esforço de consenso".

"A identidade é deliberadamente construída aos longo dos tempos e nós estamos a tentar construir a nossa identidade ao longo dos tempos", afirmou o líder do Partido Libertação Popular (PLP) em declarações à Lusa em Díli.

Um processo, disse, que "exigiu um esforço enorme de encontrar consensos, que se conseguiram ao longo dos últimos seis meses" permitindo formar a aliança da oposição.

Os três partidos da oposição no Parlamento Nacional - PLP, Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) - vão apresentar-se às eleições antecipadas de 12 de maio sob a coligação Aliança para Mudança e Progresso (AMP).

A nova nomenclatura substituiu a da Aliança de Maioria Parlamentar (AMP) que os três partidos formaram como bloco maioritário no parlamento, tendo tentado oferecer-se, já depois da formação do VII Governo, como alternativa de governação.

A situação gerou um impasse político com o VII Governo, liderado pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e pelo Partido Democrático (PD), a ficarem com parte da sua ação bloqueada, após um chumbo ao programa e ao orçamento retificativo.

Para resolver o impasse o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas.

Taur Matan Ruak falou hoje à Lusa num intervalo da conferência nacional do PLP onde o partido deve aprovar formalmente a participação na AMP, que terá que ser registada como coligação no Tribunal de Recurso.

O encontro conta com a participação das principais estruturas do partido, incluindo a Presidência, a Comissão Política Nacional (CPN), as comissões de Fiscalização Económica e Financeira, e Jurídica, as organizações afiliadas e os coordenadores municipais do partido.

No arranque do debate, Taur Matan Ruak recordou que o PLP já conseguiu "conquistar um espaço para intervir na vida política da nação", legitimado pela conquista de oito mandatos no Parlamento Nacional.

"Agora é tempo de na conferência determinar a parceria pré-eleitoral com os partidos CNRT e KHUNTO. Vamos fazer um esforço para ultrapassar os obstáculos, para consolidar a confiança, para preparar para as eleições antecipadas", afirmou.

"Reforçar a aliança de maioria parlamentar através de eleições, para formar o VIII Governo constitucional", disse ainda.

Questionado sobre que programa a AMP levará aos eleitores, Matan Ruak disse que ainda está a ser redigido mas que se concentra "em três grandes áreas: paz, estabilidade e desenvolvimento económico do país".

Matan Ruak retirou importância a uma das polémicas que tem marcado a pré-campanha, colocando frente a frente líderes históricos do país.

"Eu com o Xanana nunca procurámos protagonismo. A historia deu-nos esse trabalho e essa missão e a nossa missão ainda não terminou. Ouvimos a população a falar sobre isto mas não estamos preocupados", disse Matan Ruak.

"A nossa sociedade hoje em dia está muito mais esclarecida e madura, os dirigentes estão muito mais maduros e não vejo isso como grande obstaculo ao desenvolvimento do nosso processo político e democrático de país", afirmou ainda.

Alguns militantes ligados aos partidos da oposição e até alguns artigos na imprensa nacional têm vindo a sugerir que as eleições antecipadas previstas para maio colocarão frente-a-frente de um lado homens da frente armada como Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak - líderes dos maiores partidos da oposição, CNRT e PLP, respetivamente - e do outro líderes da frente diplomática, como Mari Alkatiri e José Ramos-Horta, juntos no Governo.

O assunto marcou uma declaração esta semana à nação do Presidente da República, que pediu uma campanha sem ódios e divisões na sociedade.

"Não podemos permitir que o período de campanha seja usado como pretexto para uma troca de ofensas e discórdia fundamentadas em ideologias (autonomista versus nacionalista), religião, raça, frente clandestina versus frente armada versus frente diplomática", disse Lu-Olo na mensagem divulgada pelo seu gabinete.

"Apenas aqueles que não amam o Povo de Timor-Leste é que aproveitarão a campanha para dividir o Povo, cultivar sentimentos de ódio ou promover a vingança", disse ainda.

Taur Matan Ruak repetiu o apelo à serenidade, apelando a uma participação maciça nas eleições de 12 de maio.

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