Teste a material em contentores apreendidos em Timor-Leste "comprova investigação"
Porto Canal com Lusa
Díli, 21 fev (Lusa) - Testes a produtos químicos encontrados em nove contentores apreendidos em janeiro em Timor-Leste - que se pensa poderiam destinar-se ao fabrico de droga - são "positivos" e apoiam a investigação inicial das autoridades, disse hoje o Procurador-Geral da República.
José Ximenes escusou-se a revelar mais pormenores sobre o caso, que está em segredo de justiça, e não clarificou se os testes confirmam que se trata, de facto, de produtos que seriam usados na Indonésia para o fabrico de droga.
"Os testes foram realizados na Indonésia e o resultado é positivo para suportar a investigação inicial. O caso está em segredo de justiça e não vou fazer mais comentários sobre a matéria do caso", disse hoje aos jornalistas.
Júlio Hornay, comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), também se escusou a avançar detalhes sobre o caso confirmando que a deteção dos incidentes confirma que, apesar das fraquezas, as autoridades timorenses estão a fortalecer as suas capacidades de responder a este tipo de casos.
"Do ponto de vista da PNTL, estamos a trabalhar para fortalecer as nossas capacidades em termos humanos e materiais, agindo de forma preventiva para travar a ação de criminosos", disse.
O caso remonta a 23 de janeiro quando agentes da Unidade de Polícia Marítima da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) conduziram uma operação que levou à apreensão de nove contentores com mais de 160 toneladas de produtos químicos.
A operação, que levou à detenção de dois indonésios e um timorense - todos atualmente com Termo de Identidade e Residência - abriu o debate sobre a possibilidade de Timor-Leste, que tem capacidades limitadas de controlo das suas águas, ser usado como escala para tráfico de droga ou outro tipo de crime organizado.
Fonte judicial confirmou à Lusa que a bordo dos contentores, e entre outros químicos, os contentores tinham várias toneladas de paracetamol, cafeina e carisoprodol, produtos que são combinados para fabricar uma droga conhecida como PCC e cujo consumo tem vindo a aumentar na Indonésia.
O material terá tido origem na China e na Índia e os contentores chegaram ao porto de Díli em 2017, tendo sete chegado diretamente de Singapura e depois chegada de Surabaya, na Indonésia. O seu destino final era a Indonésia.
Depois da apreensão, amostras do material foram levadas para a Indonésia tendo os resultados sido comunicados às autoridades timorenses na semana passada.
Inicialmente os importantes disseram que o material ia ser usado para o fabrico de medicamentos em Timor-Leste mas, pouco tempo depois, foi feito um pedido de exportação dos contentores para a Indonésia.
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