Porto luta contra praga do escaravelho das palmeiras no Passeio Alegre

Porto luta contra praga do escaravelho das palmeiras no Passeio Alegre
| Norte
Porto Canal

O escaravelho vermelho que tem destruído palmeiras em todo o país atacou as centenárias e classificadas árvores do Passeio Alegre, na Foz do Douro, Porto, mas a Câmara já criou um plano para minimizar os estragos.

Denominado Rhynchophorus Ferrugineus, este escaravelho é uma preocupante praga das palmeiras que entrou em Portugal em 2007, pelo Algarve, e já chegou ao Porto devido à sua rápida dispersão.

O valor do conjunto de mais de uma centena de palmeiras do Passeio Alegre alinhadas e paralelas à foz do Douro, 63 das quais centenárias e classificadas como Árvore de Interesse Público, levou a Câmara do Porto a implementar há já cerca de um ano um "plano de controlo e prevenção" da praga.

Isabel Lufinha, engenheira do pelouro do Ambiente da autarquia, afirmou à Lusa que, desde então, os jardineiros tratam mensalmente 102 palmeiras existentes na avenida D. Carlos I e no jardim do Passeio Alegre.

Esta "luta biológica" passa por injetar na coroa da palmeira, através de um tubo preto colocado ao longo do espique (tronco), um produto que não é agressivo e que tem como função "atacar o escaravelho e reduzir os estragos que, em situações normais e sem acréscimo de proteção, eventualmente poderia causar sobre estas palmeiras".

Apesar de duas das 102 palmeiras estarem já infestadas, a praga não está ainda a causar estragos que levantem grandes preocupações, precisou Isabel Lufinha.

Contactada pela Lusa, a professora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Ana Aguiar explicou que quer as larvas quer os adultos deste escaravelho "têm uma armadura bocal trituradora", devorando, assim, o interior do espique da palmeira, acabando por a destruir.

"Normalmente, quando se dá conta da presença do bicho já é tarde para salvar a palmeira", referiu a professora.

Para Isabel Lufinha, esta é "uma luta de grande força", desconhecendo-se quem vai ganhar, mas na qual a Câmara do Porto está disposta a tentar resistir de forma a eliminar este "inimigo público" que se "reproduz de uma maneira "assombrosa" e se "alimenta de uma forma voraz".

O plano representa "um investimento bastante elevado, até porque é prolongado no tempo".

"Mas na altura fizemos uma ponderação do custo/benefício e certamente o que perderíamos se deixássemos que esta praga ficasse descontrolada seria muito maior do que aquilo que o município está a tentar investir para o controlo e a prevenção", sustentou a engenheira da autarquia.

Apesar de as classificações estarem quase sempre associadas a património edificado, "este caráter de proteção dado às palmeiras, ou a outra árvore, é comparável à parede do Mosteiro dos Jerónimos ou à parede de um qualquer painel de azulejos extremamente emblemático, reconhecido pelos munícipes", salientou a técnica.

Mas esta praga "vai de um lado para o outro, não escolhe se [a palmeira] é municipal ou se é privada", pelo que a Câmara apela à colaboração de todos, que, quando desconfiados de que o escaravelho está a atacar árvores privadas, devem chamar a Direção Regional de Agricultura do Norte.

Aos primeiros sinais ou sintomas deve-se rapidamente agir. Se não for possível tratar as palmeiras, estas devem ser eliminadas, "porque são focos de propagação".

"Esta nossa preocupação de proteção do nosso património também é, num segundo momento, uma preocupação para proteger aquilo que não é nosso", disse Lufinha, adiantando que há já perdas de exemplares, apenas privados, mas que "vai haver certamente mais".

Humberto Ferreira, jardineiro da autarquia, confessou que desde que acompanha este projeto anda "sempre preocupado".

"Com esta praga até dizemos que é difícil conhecer alguém [na rua]. Estamos sempre a olhar para cima, para a palmeira, porque o nosso trabalho é preservar as palmeiras", disse.

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