Presidente do Zimbabué presta condolências à família do líder da oposição
Porto Canal com Lusa
Harare, Zimbábue, 18 fev (Lusa) - O Presidente do Zimbabué prestou hoje condolências à família do falecido líder oposicionista Morgan Tsvangirai, apelando para a união num momento de tensão pelo poder na oposição, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).
O Presidente Emmerson Mnangagwa prometeu que o seu Governo vai cobrir as despesas hospitalares e funerárias de Tsvangirai, um dos principais opositores do partido no poder, a ZANU-PF (União Nacional Africana do Zimbabué -- Frente Patriótica), que morreu na passada quarta-feira com 65 anos vítima de cancro do cólon na África do Sul.
O corpo de Tsvangirai chegou a Harare, capital do Zimbabué, na passada sexta-feira e foi levado para instalações militares, onde vai permanecer até segunda-feira para que o público possa prestar uma última homenagem.
Centenas de pessoas receberam com hinos e música de festa os restos do líder da oposição do Zimbábue. "Recebemos o corpo de nosso presidente, nosso herói, nosso ícone, nosso patriota e grande líder", disse Nelson Chamisa, um dos três adjuntos de Tsvangirai.
O corpo foi transportado para um campo militar onde os heróis nacionais são acolhidos antes do enterro. O oponente do antigo Presidente Robert Mugabe será enterrado na terça-feira em Buhera, a sua aldeia natal, localizada a cerca de 250 quilómetros a sul da capital.
O partido de Tsvangirai, Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla inglesa), está fraturado por rivalidades internas em torno da nova liderança.
Nelson Chamisa venceu a liderança do partido de oposição, que tem o segundo maior número de lugares no parlamento do Zimbabué. No entanto, dois outros responsáveis partidários, Thokozani Khupe, e o anterior presidente da câmara de Harare Elias Mudzuri, também querem liderar o partido.
Sem Robert Mugabe, afastado da Presidência após 37 anos de poder, a ZANU-PF e o Presidente anunciaram a vontade em realizar eleições livres, justas e transparentes, com o intuito de credibilizar o país e atrair investimento estrangeiro para uma economia que está praticamente colapsada.
A data precisa das presidenciais está ainda por definir, havendo propostas para 23 de julho e 21 de agosto, embora Mnangagwa já tenha referido que a votação poderá ser antecipada, "talvez para maio".
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