Feira de Emprego abre novas portas à comunidade portuguesa em Toronto

| Economia
Porto Canal com Lusa

Toronto, Canadá, 11 fev (Lusa) - Abrir outras portas à comunidade portuguesa no Canadá no mercado de trabalho, além dos setores da construção e da limpeza, foi o objetivo de uma Feira de Emprego, realizada sábado, em Toronto, por uma associação portuguesa.

Promovida pelo First Portuguese Canadian Cultural Centre, em Toronto, uma das associações portuguesas mais antigas do Canadá (62 anos), a iniciativa foi financiada pelo governo do Ontário, através do projeto 'Abrir Caminho'.

"Infelizmente uma das queixas que recebemos [na First Portuguese] é de que só há vagas para a construção e limpeza para quem fala pouco inglês, ou fala apenas português. Queríamos dar mais oportunidades à nossa comunidade, abrir-lhes as portas", disse à agência Lusa Diana Couto, a presidente do First Portuguese, durante o evento.

O forte nevão que se fez sentir na região de Toronto foi um dos principais problemas para que a adesão à feira "não fosse maior", mas o principal objetivo "foi cumprido".

"Quisemos meter em contacto os empregadores e os candidatos que se encontram à procura de emprego, principalmente a comunidade portuguesa que mais se faz representar na zona do bairro da Davenport", sublinhou a dirigente.

Das várias empresas representadas no certame, desde escritórios de advogados, empresas de trabalho temporário, participaram ainda representantes dos setores da construção e da limpeza, empresas da "confiança" dos promotores.

O Banco de Montreal (BMO) também marcou presença com elementos da filial do Little Portugal, da Dundas Street West.

"O BMO está sempre à procura de pessoas que sejam uma mais valia para a empresa. A nossa comunidade é muito relevante em Toronto e qualquer língua é uma mais valia para a nossa empresa", afirmou Hugo Levita, o gerente da filial.

A instituição financeira canadiana mais antiga do país está a disponibilizar vagas para os seus quadros de novos gestores de conta, elementos de atendimento ao balcão, entre outras áreas.

A agente imobiliária de Oeiras (Lisboa) Ilda Casimiro, regressou ao Canadá no verão de 2016, após sete anos em Toronto, há mais de duas décadas.

"Continuo à espera de encontrar um trabalho como recepcionista ou até mesmo atendimento ao balcão. É preciso ter um pensamento positivo, até já tive aulas de inglês. Agora é esperar", declarou.

Por sua vez, Cláudia Tanoeiro, de 36 anos, no Canadá há seis anos, proveniente de Aljubarrota (distrito de Leiria), está atualmente a operar na área da restauração, e considerou que o certame foi bastante "informativo".

"Em Portugal era recepcionista e operei nos recursos humanos. Queria algo nesta área, no entanto reconheço que a língua é a principal barreira, e é mais complicado. Recolhi aqui alguma informação importante e agora vou analisar", disse.

A comunidade brasileira tem crescido bastante nos últimos anos em Toronto, principalmente no bairro da Davenport, onde está localizado o First Portuguese.

Há 10 meses no Canadá, Juliana Teixeira, uma psicóloga de 36 anos, natural de Minas Gerais (Brasil), analisou "algumas hipóteses", sendo que no final de fevereiro deverá receber o visto de trabalho.

"Acredito que vou conseguir oportunidades de trabalho e entrar no mercado de Toronto. Quero melhorar o meu inglês e no futuro talvez consiga a minha área, mas até lá ainda tenho muitos caminhos a trilhar", frisou a psicóloga.

Apesar de já estar no Canadá há 32 anos, Valquíria da Silva, de 50 anos, uma dona de casa e empregada de limpeza, natural do Sul de Minas Gerais (Brasil), pretende "melhorar o salário".

"Desde que cheguei ao Canadá, trabalho na limpeza. Geralmente ganhamos cerca de 14 a 16 dólares canadianos à hora (9 a 10,3 euros). Vim ver se havia alguma coisa que me interessava", concluiu a mulher.

Existem no Canadá mais de 420 mil portugueses e lusodescendentes, cerca de 70% residem no Ontário, a maioria na Grande Área de Toronto (dados do recenseamento), quando a brasileiros, o ministério dos Negócios Estrangeiros (Itamaraty) calcula que existam cerca de 36,6 mil, dados que não contabilizam os residentes temporários que aguardam pelo visto definitivo.

SEYM // RBF

LUSA / FIM

+ notícias: Economia

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.

Euribor sobe a três meses e mantém-se no prazo de seis meses

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- A Euribor subiu hoje a três meses, manteve-se inalterada a seis meses e desceu a nove e 12 meses, face aos valores fixados na sexta-feira.