Administração do Metro respeita protestos mas diz que cortes são "imposição legal"

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 08 jan (Lusa) -- O Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa disse hoje respeitar os protestos dos pensionistas e reformados da empresa, mas reiterou que a suspensão do pagamento dos complementos de pensão decorre de "uma imposição legal".

Em comunicado, a administração do metro recordou que a suspensão do pagamento dos complementos de pensão de reforma e de sobrevivência durante o ano de 2014 "decorre do artigo 75º da Lei 83-C/2013, de 31 de dezembro, que aprovou o Orçamento do Estado para 20014, que o Metropolitano Lisboa está obrigado a cumprir".

Cerca de duas centenas de reformados e pensionistas do Metropolitano de Lisboa invadiram hoje pacificamente a sede da empresa e ocuparam postos de trabalho nos vários pisos do edifício, enquanto uma comissão pedia uma reunião com a administração.

Segundo disse à agência Lusa um dos reformados que se encontrava no exterior do edifício, pelas 9:30, os pensionistas e reformados, que vão sofrer cortes nos complementos de reforma, começaram a subir os vários pisos e sentaram-se às secretárias.

Em declarações à Lusa, Pedro Vazão de Almeida, da Comissão de Reformados e Pensionistas, disse que os antigos trabalhadores concentrados "não querem violência", adiantando que se trata de "uma ação simbólica".

"Trata-se de um instrumento mediático para sensibilizar a opinião pública para a situação dos reformados e pensionistas do metropolitano. Temos trabalhadores que já não têm dinheiro para pagar o lar de idosos onde vivem, pessoas que não têm dinheiro para pagar a renda da casa, os medicamentos e para comer", explicou.

Segundo Pedro Vazão de Almeida, os complementos de pensão foram instituídos em acordo de empresa em 1971 e "sempre foram incentivados pelo Governo e própria empresa, para aliciar os empregados a aceitar a pré-reforma e sair da empresa", o que foi esse o seu caso.

Também Manuel Lino, de 62 anos, que entrou em pré-reforma aos 55, disse à Lusa que se dirigiu para o local para reclamar o posto de trabalho, já que "vão avançar com os cortes dos complementos de pensão".

"Não consigo viver com estes cortes. Com o corte que vou levar passo a receber 700 euros mensais que não chegam para o empréstimo da casa, do carro, e outros bens que entretanto adquiri quando entrei em situação de pré-reforma aos 55 anos a contar com complemento. Não queremos confusão, só aquilo que é nosso por direito", frisou.

Fonte dos Recursos Humanos da empresa anunciou hoje que os trabalhadores vão começar a receber uma carta a confirmar os cortes que vão começar a ser efetuados a partir deste mês.

Diamantino Lopes, da Comissão de Reformados e Pensionistas, disse anteriormente à Lusa que os reformados e pensionistas tencionavam apresentar-se ao serviço e pedir à administração da empresa que os distribua pelos vários postos de trabalho.

"Em causa está a aprovação pelo Governo do Orçamento do Estado em que é cortado o complemento de reforma (...). Em termos brutos, estamos a falar de cortes incomportáveis entre os 40% e os 60%", explicou à Lusa Diamantino Lopes.

De acordo com o Conselho de Administração do Metropolitano ficam de fora desta disposição legal os casos em que a soma das pensões auferidas seja "igual ou superior a 600 euros mensais". Nestas situações, de acordo com a empresa, o Metropolitano de Lisboa irá pagar o complemento até que a totalidade do valor recebido pelo beneficiário atinja os 600 euros.

RCP/DD // HB

Lusa/fim

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