Autarca indignado e desiludido com encerramento dos CTT no Socorro, em Lisboa

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 jan (Lusa) - O presidente da Junta de Santa Maria Maior, em Lisboa, mostrou-se hoje indignado e desiludido com o encerramento da estação dos CTT do Socorro, uma das oito que os Correios encerraram hoje.

"Naturalmente, causa-me grande indignação. Sobretudo após a ação de sensibilização em que nós participámos, em conjunto com a freguesia de Alcântara, do Areeiro e da Ajuda, pensámos que a administração dos CTT tinham tido a possibilidade de perceber que estava a elaborar num erro e que iria certamente repensar a decisão e, portanto, há aqui uma enorme desilusão", disse à Lusa Miguel Coelho (PS).

Oito estações dos CTT nos concelhos de Lisboa, Loulé, Sintra, Barreiro, Aveiro e Águeda fecharam hoje, no âmbito do plano de reestruturação da empresa, que tinha já levado ao encerramento da estação madeirense Arco da Calheta, informou a empresa.

O autarca afirmou que irá propor "muito rapidamente aos colegas das outras Juntas de Freguesia [afetadas em Lisboa] uma reunião conjunta" para refletirem "sobre que caminhos andar a seguir".

Miguel Coelho reiterou um "profundo protesto sobre este enorme ataque ao serviço público", que "vem confirmar um bocado a impressão de alguns de que privatizar serviços públicos essenciais é um risco enorme, porque os interesses privados estão ali apenas para se preocuparem com a sua componente da mais-valia para os seus acionistas, preocupando-se menos com servir as populações".

"A informação que eu tenho é que este posto era um posto de elevada rentabilidade, o que também me deixa aqui perplexo. A não ser que esteja por trás qualquer tentativa de especulação imobiliária, que terá certamente sempre uma forte oposição da minha parte e espero que também tenha por parte da Câmara Municipal de Lisboa", assegurou.

Paula Alves, presidente da Junta de Freguesia de Belas (PS), no concelho de Sintra, lamentou a "postura unilateral" dos CTT ao encerrar a Estação Filipa de Lencastre, que "é lesiva para os interesses da população", numa altura em que a junta e a empresa tentavam negociar uma solução para "minimizar os danos causados pelo encerramento do posto".

"Esta decisão arbitrária, inusitada, e cujas razões se prendem com critérios essencialmente economicistas ao arrepio das necessidades da população e da prestação de um serviço público essencial não é compreensível, para mais, num momento em que a Junta de Freguesia tem vindo a reunir com representantes dos CTT para encontrar uma solução para manter o posto em Massamá Norte, sem que tenhamos sido advertidos de que hoje seria a data de encerramento", referiu ainda a autarca, destacando que "continuará a desenvolver todas as diligências para que a população continue a usufruir deste serviço público".

Os CTT confirmaram a 02 de janeiro o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.

Foram hoje fechadas as estações de Avenida (Loulé), Filipa de Lencastre (Sintra), Junqueira (Lisboa), Lavradio (Barreiro), Olaias (Lisboa), Socorro (Lisboa), Universidade (Aveiro) e Barrosinhas (Águeda).

O posto do Arco da Calheta, no concelho da Calheta, na Madeira, que também estava na lista, foi encerrado recentemente, mas a zona terá um novo ponto de acesso aos serviços.

RCS // MCL

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