Infraestruturas de Portugal monitorizam mortalidade de animais selvagens desde 2010

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 jan (Lusa) -- A Infraestruturas de Portugal (IP) monitoriza desde 2010 a mortalidade dos animais selvagens em mais de 13 mil quilómetros de estrada, tendo implementado algumas medidas que levaram à diminuição do problema, disse à Lusa a bióloga Graça Garcia.

Graça Garcia falava à Lusa na sequência da apresentação hoje no parlamento pelo Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), o PAN e o Bloco de Esquerda de resoluções nas quais recomendam ao Governo que proceda a um estudo sobre o número de atropelamentos de animais, o seu impacto e catalogação e a constituição de um grupo multidisciplinar para definir prioridades, abordagens e metodologias.

Em declarações hoje à Lusa, a bióloga da IP, destacou que a entidade possui um programa de monitorização da mortalidade da fauna nas estradas desde 2010 a nível nacional.

A informação recolhida e tratada incide sobre os 13.509 quilómetros de estradas sob a gestão direta da IP, não incluindo a rede subconcessionada.

"São os nossos oficiais de inspeção das estradas que fazem a deteção dos animais através do patrulhamento das estradas. Os registos dos avistamentos de cadáveres de animais são efetuados numa plataforma web de gestão de dados georreferenciáveis e mais tarde introduzidos na nossa base de dados", explicou.

Graça Garcia adiantou que são feitas análises completas com o objetivo de detetar quais são as zonas com maior mortalidade de animais (os pontos negros) e depois a IP atua no sentido de minimizar os problemas em colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

"Estamos a falar por exemplo de medidas de minimização como o melhoramento das vedações existentes, passagens subterrâneas, passadiços secos junto às linhas de água e fazemos ceifas", disse.

A bióloga salientou que nalgumas zonas onde foram aplicadas medidas de minimização, verificou-se que a mortalidade diminuiu nas estradas de jurisdição da IP. As municipais são da responsabilidade das autarquias.

De acordo com o relatório da IP relativo ao ano de 2016, foram registados 2.415 atropelamentos de animais, uma diminuição de cerca de 34,5% face ao valor registado em 2015.

"Houve um acréscimo nos primeiros anos da monitorização. Os nossos oficiais de inspeção foram ganhando experiência e desde há dois anos para cá os números têm-se mantido estáveis e às vezes diminuem", disse.

Graça Garcia lembrou que este tipo de estudos tem de ter em atenção que a diminuição pode estar relacionada com as flutuações naturais da abundância das diversas populações faunísticas, em função do clima, da disponibilidade alimentar, doenças, entre outros fatores.

A bióloga destacou também que além do trabalho em conjunto com outras entidades, a IP é parceira da Universidade de Évora, coordenadora do projeto europeu Life Lines (Rede de Infraestruturas Lineares com Soluções Ecológicas).

"Este projeto tem prevista a criação de uma base de dados. A ideia é ter as entidades que fazem este tipo de estudos a contribuir para a base de dados. Já está em desenvolvimento. É só uma questão de acertarmos agulhas (várias entidades) ", disse.

De acordo com Graça Garcia, o projeto Life Lines tem como objetivo ensaiar soluções inovadoras para minimizar os problemas da mortalidade.

"Estamos a testar várias soluções e a monitorizar para verificar se são eficientes. A serem serão aplicadas noutras zonas do país. Por exemplo na Estrada Nacional 114, em Évora, está a ser colocada uma espécie de vedação para obrigar as aves a voar mais alto e também barreirinhas para os anfíbios não irem para a estrada e passarem pelas passagens hidráulicas", disse.

Apesar das medidas, Graça Garcia lembrou que "é muito difícil minimizar estes problemas em níveis significativos, porque os animais são livres, andam por onde querem".

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