Doze habitações em obra ou recuperadas em Tondela, onde há ainda muito a fazer

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Porto Canal com Lusa

Tondela, Viseu, 15 jan (Lusa) -- Três meses após os incêndios que percorreram quase 180 quilómetros quadrados do concelho de Tondela, já estão em obra ou recuperadas 12 habitações, mas há ainda muito a fazer para reparar todos os danos deixados pelas chamas.

De acordo com os dados fechados até sexta-feira, foram atingidas pelas chamas 223 primeiras habitações, de um total de mais de quatro centenas (juntando segundas habitações e outras devolutas).

As duas freguesias mais afetadas neste concelho do distrito de Viseu foram Dardavaz, com 51 primeiras habitações, e Lajeosa do Dão, com 40.

"Estima-se que as intervenções nas habitações próprias de uso permanente possam rondar os 11 milhões de euros, embora este número só fique estabilizado depois das candidaturas aos apoios estarem todas entregues", disse o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus.

As 12 habitações que já estão em obra ou recuperadas são aquelas cujos montantes necessários não ultrapassavam os 25 mil euros, já que, para obras de valor superior, a execução das mesmas está na esfera da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

Além das três vítimas mortais (duas diretas e uma indireta), as chamas provocaram grandes danos na atividade do setor primário.

Segundo José António Jesus, "aproximadamente 2.300 processos (quase 12% do universo apresentado na região) foram presentes para obtenção de apoio até ao valor disponível de cinco mil euros".

Houve ainda "prejuízos brutais" na floresta e no setor agropecuário, a que se juntam milhões de prejuízos na indústria, comércio e serviços", referiu o autarca, lembrando também as centenas de viaturas (muitas delas estacionadas em stands), a farmácia, os aviários, as vinhas, as oficinas, os armazéns e as unidades industriais que foram consumidos.

Na indústria, comércio e serviços, os danos atingem os 12 milhões de euros. Foram atingidas cerca de 70 empresas, tendo a Valouro e a Tratris sido aquelas que sofreram maiores prejuízos.

A Valouro já está a reconstruir as instalações, com maior capacidade instalada, num investimento de perto de sete milhões de euros, enquanto a Tratris está a laborar em instalações provisórias.

Ainda se verificam alguns constrangimentos na recuperação do setor das oficinas de reparação e stands de automóveis, já que as viaturas ardidas não são ilegíveis como danos no âmbito do programa REPOR.

Já os prejuízos em infraestruturas municipais estão estimados em cerca de dois milhões de euros.

"Temos muitas infraestruturas municipais danificadas, principalmente vias rodoviárias, com pavimentos e pinturas de sinalização horizontal danificadas, a sinalização vertical destruída, 'rails' de proteção sem eficácia", explicou José António Jesus.

Os prejuízos em infraestruturas municipais estão estimados em cerca de dois milhões de euros. As chamas provocaram danos em mais de metade da extensão da ecopista do Dão no concelho de Tondela, cuja reparação custará mais de 850 mil euros.

O orçamento municipal para este ano prevê várias rubricas que têm em conta as consequências dos incêndios, concretamente para custear operações de demolição e tratamento de resíduos, sempre que esteja em causa a segurança pública (220 mil euros), e para operações de limpeza junto aos eixos viários, a par de medidas de estabilização em taludes e linhas de água (1,3 milhões de euros).

O aterro sanitário da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão foi também muito afetado pelos incêndios e irá receber um apoio de 4,1 milhões de euros (do POSEUR e do fundo ambiental) para a sua recuperação.

O presidente da Câmara de Tondela considera que "os efeitos daqueles dois dias de incêndios continuam a ser drásticos".

"Os solos ficaram cobertos de cinzas, o que contribui para reduzir a capacidade de retenção e de infiltração de água das chuvas, e leva a um aumento do escoamento à superfície do solo o que, por sua vez, conduz ao aparecimento de fenómenos de erosão", alertou.

Preocupado com a qualidade da água, o autarca faz votos de que surjam "medidas céleres no tratamento das linhas de água, para que não esteja em causa a sua utilização na rede pública".

"A recuperação após um incêndio demora muito tempo, os danos têm um valor económico e ambiental gigantesco, pelo que cada vez mais é importante atuar em matéria de prevenção", frisou.

AMF // SSS

Lusa/fim

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