PSD e PS dos Açores contestam saída de açoriano do executivo da FLAD
Porto Canal / Agências
Horta, 07 jan (Lusa) - O PSD e o PS dos Açores lamentaram hoje o afastamento do açoriano Mário Mesquita do Conselho Executivo da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
O Parlamento dos Açores aprovou em dezembro, por unanimidade, uma recomendação enviada a Passos Coelho, no sentido de manter no Conselho Executivo da fundação uma figura com "especial sensibilidade para os interesses dos Açores".
A proposta de recomendação é da autoria do líder parlamentar do PS/Açores mas colheu o apoio de todos os deputados, entre os quais o líder regional do PSD que, em declarações hoje à Lusa, dirigiu as críticas diretamente a Passos Coelho: "É com profundo desagrado que tivemos conhecimento desta decisão do senhor primeiro-ministro, que espero não venha a revelar-se um retrocesso para os interesses dos Açores".
Formalmente, cabe ao primeiro-ministro nomear o presidente do Conselho Executivo da FLAD e os membros do Conselho de Curadores, sendo depois estes que elegem os restantes membros do conselho executivo.
Mário Mesquita deixa o Conselho Executivo da FLAD, mas passou a integrar o Conselho de Administração.
Berto Messias, líder parlamentar do PS e autor da proposta de recomendação enviada a Passos Coelho, lamentou, em declarações à Lusa, esta mudança, acrescentando que é "a FLAD e os Açores quem ficam a perder".
"Julgo que a FLAD e os Açores ficam a perder com a ausência de uma figura açoriana no Conselho Executivo", disse o líder da bancada socialista, que espera, porém, que esta decisão não venha a penalizar os Açores, quando estiver em causa a discussão sobre o futuro da Base das Lajes, na ilha Terceira.
Apesar disso, os interesses dos Açores continuam a ser defendidos dentro da FLAD por Miguel Monjardino, membro do Conselho de Curadores, e pelo próprio Mário Mesquita, no Conselho de Administração. Só o Conselho Executivo é que não irá contar com a presença de um açoriano.
Criada em 1985, a FLAD é uma instituição portuguesa, privada e financeiramente autónoma, que tem por missão contribuir para o desenvolvimento de Portugal, através do apoio financeiro e estratégico a projetos inovadores e do incentivo à cooperação entre a sociedade civil portuguesa e americana.
Na resolução aprovada pela Assembleia Legislativa dos Açores em dezembro, os deputados destacavam que o "património inicial" da fundação "constituiu-se através de transferências monetárias feitas pelo Estado português e provenientes do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portigal e os EUA (1983), o qual tem como pedra basilar a utilização da base das Lajes".
"A sua ação deve ter em especial consideração os projetos, as iniciativas e as necessidades da Região Autónoma dos Açores", lê-se no mesmo texto.
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