Procurador-geral guineense diz que tem sido alvo de ameaças na sequência do caso TAP

| Política
Porto Canal / Agências

Bissau, 07 jan (Lusa) - O Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Abdu Mané, afirmou hoje que tem sido alvo de ameaças na sequência de investigações abertas pelo Ministério Público ao caso do embarque forçado num voo da TAP de 74 sírios para Portugal.

"Quer dizer eu, que não embarquei ninguém, nem sei se são sírios ou se são turcos, sou ameaçado. Agora eu é que sou responsável, quando não envergonhei a República", disse Abdu Mané.

O Procurador guineense reagia desta forma à queixa-crime apresentada na segunda-feira pelo advogado do ministro do Interior do Governo de transição, António Suca Ntchama, no Supremo Tribunal de Justiça contra Abdu Mané por alegada difamação ao governante.

O advogado de Suca Ntchama quer que o Supremo Tribunal aja criminalmente contra o procurador por considerar que este incorreu no crime de violação de segredo de justiça e de difamação por ter dito que o ministro se teria recusado a ser detido.

"Isso não passa de um 'fait divers'. Dizer com pompa e circunstância que há uma queixa-crime contra o Procurador não passa de um 'fait divers', é tentar fazer com que as pessoas se distraiam dos factos reais", disse Abdu Mané.

O procurador guineense acrescentou que se for chamado pelo Supremo Tribunal irá responder por não se sentir acima da lei, mas não entende a ação intentada pelo ministro quando foi o próprio Governo quem denunciou o envolvimento de Suca Ntchama no embarque forçado de 74 sírios no avião da TAP, a 10 de dezembro.

"Perante este facto, o que é que a Procuradoria-Geral da República deve fazer senão continuar com as investigações. Foi o que se fez. Não tenho muita coisa a dizer", disse Mané, reafirmando que existe um mandado de condução do ministro às celas que o diretor-geral da Polícia Judicia se teria recusado a cumprir.

O Procurador-Geral guineense reuniu-se hoje com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Sori Djaló, a quem disse ter mostrado o mandado de detenção que o ministro Suca Ntchama alega que não existe.

"Tudo isso é fazer tempestade num copo de água. Não retiro nem uma vírgula. Enquanto eu for Procurador-Geral da República quem cometer um crime será responsabilizado", sublinhou Abdu Mané.

MB // VM

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