Feira Capital da Cultura cruza tradição e contemporaneidade em programação de 2,2ME

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Porto Canal com Lusa

Santa Maria da Feira, Aveiro, 12 jan (Lusa) - A programação de Santa Maria da Feira, enquanto Capital da Cultura do Eixo Atlântico, foi hoje anunciada e prevê 2,2 milhões de euros para 51 iniciativas de "tradição e contemporaneidade", em domínios como música, história e arte urbana.

O calendário, definido "em tempo recorde" pela autarquia, integra eventos que já são referência do concelho como o festival de artes de rua Imaginarius e a recriação Viagem Medieval, mas, entre as iniciativas que ao longo de 2018 assinalam especificamente a parceria luso-espanhola, inclui-se o I Encontro do Cancioneiro Tradicional Galaico-Português, um colóquio sobre Proto-História e Romanização no Noroeste Peninsular, um ciclo de teatro de marionetas de Portugal e da Galiza, e um concurso de arte urbana para intervenção no espaço público.

Ao nível da música, por exemplo, a Feira vai acolher concertos como os de Carminho, Filho da Mãe, Tiago Bettencourt, a banda Bookeepers com a Orquestra Milheiroense, o Duo Art de Philip Catherine e Martin Wind, e os grupos Papercutz, Dead Combo e HMB.

Outros espetáculos anunciados são o do ilusionista Mário Daniel, o do comediante Rui Sinel de Cordes, a recriação do Massacre de Arrifana durante as Invasões Francesas, uma encenação de "Medeia", com música de Mário Laginha, e os festivais Danças do Mundo e Loop.

"Somos muito ambiciosos e vamos deixar a nossa marca neste acontecimento transfronteiriço", declarou na apresentação do programa o presidente da Câmara Municipal da Feira, Emídio Sousa.

"Somos reconhecidos em Portugal e além-fronteiras não apenas pela nossa vocação industrial e exportadora, mas também pela identidade cultural que fomos consolidando ao longo de duas décadas (...) e planeámos uma programação extensa, transversal e qualificada que respeita com todo o rigor o paradigma de cooperação transfronteiriça [característico do Eixo Atlântico]", realçou.

Sucedendo-se assim às cidades de Gaia, Ourense, Viana do Castelo e à dupla Matosinhos/Vila Real, a Feira reservou para as iniciativas associadas à Capital da Cultura 2,2 milhões de euros, dos quais 484.000 serão suportados por verbas da autarquia e o restante assegurado "pelas receitas dos eventos e das salas de espetáculos" do concelho.

Nessa contabilidade, Emídio Sousa está a contar "que a população do Norte de Portugal e da Galiza visite a Feira de forma continuada ao longo do ano", no que também espera afluência significativa por parte da população espanhola, considerando que, entre os visitantes da última edição do parque temático natalício Perlim, 25% já eram oriundos da Galiza.

O vereador Gil Ferreira defende, aliás, que a programação, que arranca este sábado no Europarque, com fado filarmónico por 250 músicos, constitui aliás, uma "oportunidade ímpar para criar novas conexões no Eixo Atlântico".

Com esse objetivo em vista, escolheu como "eixos fundamentais" das suas 51 propostas os equipamentos culturais, o património, o espaço público e as comunidades da Feira, no que admite também que "um dos desafios foi dar relevo especial à cultura urbana e ao envolvimento dos jovens".

O diretor-regional de Cultura do Norte, António Ponte, acredita, por isso, que o programa da V Capital da Cultura do Eixo Atlântico "será certamente do agrado de todas as comunidades" das 38 cidades desse território.

Opinião idêntica tem a vice-presidente do Eixo Atlântico e autarca de Matosinhos, Luísa Salgueiro, que notou que os 26 anos de atividade da associação transfronteiriça "já deram boas provas de que esta forma de trabalhar em conjunto é garantia de sucesso".

Para essa responsável impõe-se agora "refletir sobre aquilo que se quer deixar como marca aos sete milhões de habitantes" dessa região do Noroeste peninsular, que está empenhada em "afirmar-se na Europa e no mundo".

Xoan Mao, secretário-geral da Eixo Atlântico, deixa já uma sugestão: "Mais do que usar palavras típicas e utópicas, precisamos de falar de cultura digital. Hoje toda a informação está na internet, mas nem toda a gente tem o mesmo acesso a esses canais e é preciso começar a pensar nesta faceta digital da cultura, porque ela vai ser um dos grandes fatores do futuro".

AYC // MAG

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