União Africana "alarmada" com declarações de Donald Trump

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Porto Canal com Lusa

Joanesburgo, 12 jan (Lusa) -- A União Africana disse hoje "estar francamente alarmada" com as declarações do Presidente norte-americano nas quais "usa linguagem vulgar" para questionar porque é que os Estados Unidos devem aceitar mais imigrantes de países africanos e do Haiti.

A porta-voz da União Africana, Ebba Kalondo, considerou as declarações de Donald Trump inaceitáveis tendo em conta a realidade histórica e a quantidade de africanos que chegou aos Estados Unidos como escravos.

"Isto é particularmente surpreendente, já que os Estados Unidos da América continuam a ser um exemplo global de como a migração deu origem a uma nação baseada em valores fortes de diversidade e oportunidade", destacou.

Ebba Kalondo disse "acreditar que esta declaração prejudica os valores globais partilhados sobre diversidade, direitos humanos e compreensão recíproca".

De acordo com a Associated Press, os governos africanos estão "numa posição embaraçosa e têm evitado criticar as declarações de Donald Trump, uma vez que beneficiam de ajuda dos Estados Unidos.

No Sudão do Sul, o porta-voz do governo, Ateny Wek Ateny, disse: "a menos que tenha sido dito especificamente sobre o Sudão do Sul, não temos nada a dizer".

O Presidente dos Estados Unidos qualificou El Salvador, Haiti e várias nações africanas, que não identificou, de "países de merda", sinalizando que preferia abrir as portas a imigrantes procedentes de países como a Noruega.

"Por que razão temos todas estas pessoas de países de merda a virem para aqui?", afirmou Donald Trump, durante uma reunião com deputados na Casa Branca, segundo meios de comunicação social norte-americanos, como o jornal The Washington Post, que cita fontes familiarizadas com o encontro.

O Presidente dos Estados Unidos recorreu ao calão, com a expressão "shithole countries", depois de dois senadores lhe terem apresentado um projeto de lei migratório ao abrigo do qual seriam concedidos vistos a alguns cidadãos de países que foram recentemente retirados do Estatuto de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), como El Salvador, Haiti, Nicarágua e Sudão.

O TPS é um benefício concedido pelos Estados Unidos a imigrantes indocumentados, que não podem regressar aos países devido a conflitos civis, desastres naturais ou outras circunstâncias extraordinárias, permitindo-lhes trabalhar no país com uma autorização temporária.

Donald Trump sugeriu, na réplica, que os Estados Unidos deviam atrair mais imigrantes de países como a Noruega, com cuja primeira-ministra se reuniu na véspera.

Os deputados presentes na reunião ficaram chocados com os comentários, de acordo com o jornal, que não esclareceu se o Presidente norte-americano se referia também à Nicarágua e não identificou os países africanos em causa.

Anualmente, cerca de 50 mil pessoas entram no país através desse programa que abre caminho à cidadania norte-americana e que beneficia maioritariamente países de África.

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