Pena de prisão para mulher que acusou primeiro-ministro do Camboja de ordenar assassínio
Porto Canal com Lusa
Banguecoque, 12 jan (Lusa) - Uma mulher foi condenada a uma pena de um ano de prisão no Camboja após ter acusado o primeiro-ministro, Hun Sen, de ter ordenado o assassínio de um popular analista político, foi hoje noticiado.
Hin Vansreypov publicou, em julho, um vídeo na rede social Facebook em que acusava o chefe de Governo de ter orquestrado a morte de Kem Ley, morto a tiro um ano antes numa estação de serviço no centro da capital.
O juiz considerou a mulher culpada pelo crime de incitação para cometer um delito ou alterar a paz social, aplicável apesar de a incitação não ter sido efetiva, escreveu o jornal Phnom Penh Post.
A mulher, que também foi condenada a pagar uma multa de um milhão de riéis (206 euros), admitiu ter publicado o vídeo, justificando o ato como uma resposta a críticas pessoais de que foi alvo por parte de simpatizantes do partido no governo, indicou o mesmo jornal.
Kem Ley, abertamente crítico do Governo de Hun Sen, tinha fundado um partido político que ia apresentar candidatos às eleições municipais do ano passado.
Contudo, o ativista foi assassinado por um soldado na reserva, que atribuiu o crime a uma disputa relacionada com uma dívida de três mil dólares (cerca de 2.500 euros), o que a família da vítima negou. O soldado foi condenado a prisão perpétua.
Os assassínios por motivos políticos eram relativamente comuns no Camboja durante os anos de 1990, mas a violência foi reduzindo gradualmente, sendo que o último caso conhecido remontava a 2012.
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