Nova diretora-geral da CPLP quer melhores relações sociais e comerciais na lusofonia

| Política
Porto Canal / Agências

Cidade da Praia, 05 jan (Lusa) - A nova diretora-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Georgina Melo, afirmou hoje à Lusa que uma das suas principais tarefas será dar "mais conteúdo de sociedade e empresa" à organização lusófona.

Em declarações à Lusa, Georgina Melo explicou que uma das suas principais funções já definidas nos vários encontros que teve com o secretário-executivo da CPLP será o reforço da abertura da organização à sociedade civil e empresarial.

"Os nossos presidentes e chefes de governo estão cientes de que a CPLP tem sido muito uma organização de Estados e de governos e manifestaram a intenção de convertê-la numa organização de sociedade e de empresas para que haja mais comércio, mais circulação de pessoas e bens, mais tecido económico, para que as pessoas possam sentir que há uma CPLP que é qualquer coisa que lhe toca", disse a economista cabo-verdiana, que vai substituir o guineense Hélder Vaz em Fevereiro.

Para atingir este objetivo, Georgina Melo explicou que será preciso intensificar as relações entre as empresas dos diversos países, entre as várias ONG e outros organismos da sociedade civil, para que o espaço da CPLP no futuro tenha mais trocas comerciais, sociais e culturais entre os povos.

Questionada se este objetivo não irá se esbarrar na dificuldade existente na circulação de pessoas entre os países, Georgina Melo reconheceu que essa é uma das grandes preocupações mas espera que possam ser encontrados mecanismos para facilitar estas trocas.

"É uma grande preocupação do atual secretário executivo: que haja mais circulação de pessoas, de bens e de serviços. Se se conseguir mecanismos que permitam que essa circulação se comece a fazer de forma mais fluida, seguramente teremos mais CPLP e ela vai dizer mais respeito a cada um dos cidadãos", garantiu.

Sobre um dos grandes temas que tem dominado a agenda da CPLP, a adesão da Guiné Equatorial, a nova diretora-geral da organização afirmou que "seguramente deverá ser tema da próxima cimeira".

Georgina Melo disse entender que a principal forma de ultrapassar o problema da adesão da Guiné Equatorial deve passar por um envolvimento maior da sociedade civil neste processo, nomeadamente das organizações dos direitos humanos dos países que compõem a comunidade.

"Se as coisas foram equacionadas, as organizações dos direitos humanos estiverem envolvidas, se se negociar e estabelecer calendários que permitam que haja respeito pelos direitos que são básicos e que haja um esforço claramente neste sentido acredito que com mais envolvimento todos sairão a ganhar", disse.

A economista mostra-se também preocupada com a situação da Guiné-Bissau, esperando que o país encontre o caminho da paz e da estabilidade e defendeu que os líderes da organização lusófona tem vindo a fazer um esforço para aquele país.

"A comunidade tem dito que quer ajudar o povo da Guiné-Bissau e sabe que o caminho do desenvolvimento passa pela paz e pela estabilidade" e sem isso "é difícil haver construção económica e sem construção económica é difícil criar emprego e tirar as populações da pobreza e é o que todos nós pretendemos para os nosso países", disse a responsável.

O diretor-geral é recrutado entre cidadãos nacionais dos Estados membros, mediante concurso público internacional, por um prazo de três anos, renovável uma vez, por igual período, mediante a decisão do Comité de Concertação Permanente.

Economista, Georgina Melo atualmente coordena o Quadro Integrado Reforçado (QIR), que visa ajudar o comércio internacional nos países menos avançados.

A economista, que também trabalhou em Timor-Leste como consultora, fez parte do anterior Conselho de Administração da Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV).

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