Coordenadora do BE em Atenas para defender "viragem política grande na Europa"

| Política
Porto Canal / Agências

Bruxelas, 06 mai (Lusa)- A coordenadora do BE defendeu hoje que a austeridade leva a que "cada vez mais europeus compreendam que é preciso uma viragem política grande" e que a cimeira alternativa deste fim-de-semana, em que participa, favorece uma "resposta internacional".

Em declarações à agência Lusa, Catarina Martins, que vai participar no sábado na "Alter Summit" e no domingo num encontro do Partido da Esquerda Europeia, ambos na capital grega, considerou que esta "é uma altura em que as pessoas começam a perceber que não chegam as alternâncias dos blocos centrais e que é preciso alternativa".

Mais de duas dezenas de ativistas e sindicalistas portugueses vão participar na cimeira alternativa, que decorre entre sexta-feira e domingo em Atenas e tem como tema central o regime de austeridade imposto na Europa.

A líder bloquista criticou "os governos ditos de esquerda" que "cederam à chantagem financeira" e há poucos anos perderam eleições "dando mais força ao Partido Popular Europeu", mas defendeu que o avolumar da crise está a levar a uma inversão na vontade das populações.

"É preciso que este movimento tenha uma resposta, porque temos assistido a um discurso permanente que tenta virar povos contra povos e em que a chantagem financeira que existe está a prejudicar quem trabalha", disse.

A coordenadora da Comissão Política do BE referiu também que a reunião do Partido da Esquerda Europeia é importante para colocar na agenda propostas há muito defendidas, como a taxação das transferências interbancárias ou a responsabilização do Banco Central Europeu.

"Um pouco por toda a Europa esta esquerda que sempre lutou contra a chantagem da finança e sempre defendeu os salários e as pensões vai ganhando voz, a nossa responsabilidade é propor alternativas credíveis, que tenham a ver com a vida das pessoas e que possam realmente ser soluções para tirar a Europa da crise e não mais medidas iguais que só afundam a crise", sustentou.

No plano interno, Catarina Martins referiu a existência de sondagens que mostram uma inversão na opinião pública: "Quando foram as eleições há dois anos, 80% dos portugueses votaram em partidos que defendiam o memorando da 'troika', hoje sabemos que 80% dos portugueses dizem que este memorando não tem sentido, que está a matar o país e não é solução para crise alguma".

Para a bloquista, "é na articulação solidária entre partidos da esquerda europeia, mas acima de tudo também com movimentos sindicais, sociais, com toda a expressão da cidadania que procura uma saída solidária para a crise, que se pode desenhar uma outra Europa e propostas credíveis".

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