Frente Atlântica do Porto é uma manobra de propaganda - PCP/Porto
Porto Canal / Agências
Porto, 03 jan (Lusa) -- O PCP/Porto manifestou-se hoje contra a Frente Atlântica, composta pelos presidentes das câmaras do Porto, Matosinhos e Gaia, considerando que é "uma manobra de propaganda" e que ajuda a "cimentar" a política do Governo de destruição do país.
À agência Lusa, o responsável da Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, Jaime Toga, começou por explicar que "faz falta e é necessária a cooperação intermunicipal" e que o partido defende que ela exista.
"Uma coisa é a cooperação intermunicipal, outra coisa é aquilo que foi apresentado pelo chamado grupo da Frente Atlântica do Porto que mais não é do que um espaço de promoção e protagonismo dos três presidentes de câmara", criticou.
A 12 de dezembro, os presidentes das câmaras do Porto, Gaia e Matosinhos assinaram a carta de Compromisso dos Municípios da Frente Atlântica, um documento que pretende afirmar-se como "uma ferramenta transmunicipal para implementar uma estratégia de políticas territoriais, em áreas fundamentais".
Jaime Toga afirmou que "este compromisso dos municípios da Frente Atlântica do Porto é uma manobra de propaganda".
"O que esta frente está a servir é para criar uma cortina sob as responsabilidades políticas quer do Governo e dos partidos que sustentam o Governo, quer depois dos autarcas que aqui se afirmam os grandes defensores do Norte mas depois, na prática, estão a validar as políticas que são seguidas", alertou.
O membro da comissão política do Comité Central do PCP acusa os três autarcas de deixarem de fora questões essenciais, acusando-os de atestar, confirmar e ajudar "a cimentar esta política do Governo que tem vindo a destruir o país".
Sobre a possibilidade da formalização de uma associação de município, Jaime Toga considera que "é uma forma de desvalorização do papel da área metropolitana do Porto, que contribui para acentuar o ataque que o governo já desferiu às próprias áreas metropolitanas".
"É um compromisso assinado entre os três presidentes de câmara e que não foi sequer sujeito a qualquer consideração ou discussão dos executivos e assembleias municipais", criticou ainda.
O comunista referiu ainda que os três autarcas -- a quem chamou de "alegados defensores do Norte" - não se pronunciaram sobre dois temas prioritários: a extinção de freguesias e regionalização.
"Há uma linha de propaganda que contribui para os objetivos do Governo que são contrários aos interesses da região", concluiu.
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