Fim do prazo dos empréstimos aumenta risco de incumprimento na África subsariana - Moody's

| Economia
Porto Canal com Lusa

Londres, 02 dez (Lusa) - A agência de notação financeira Moody's considera que o risco de stress financeiro nos países da África subsariana está a aumentar com a aproximação do pico de pagamentos da dívida, no princípio da próxima década.

"Os risco de stress financeiro soberando está a aumentar na África subsariana com a aproximação do pico da maturidade da dívida internacional e com as dificuldades na qualidade do crédito soberano e o aumento das taxas de juro, a que se junta uma capacidade institucional para mitigar os riscos que ainda não foi testada", escrevem os analistas.

Numa nota de análise enviada aos investidores, com o título 'Riscos de stress financeiro aumentam na região, especialmente no final da escala de rating', e a que a Lusa teve acesso, lê-se que "vários países nesta região mostram vulnerabilidades semelhantes às da crise da dívida dos mercados emergentes no final dos anos 90".

Desde o princípio da década, 15 países africanos emitiram dívida no valor de quase 30 mil milhões de dólares, sendo que só em 2014 e 2015 foram emitidos 14 mil milhões, cujo pagamento integral é devido nos primeiros anos da próxima década.

Na base do aumento da dívida pública está a capacidade que vários países africanos tiveram de "pedir emprestado de forma relativamente barata, com maturidades mais longas e com montantes mais elevados relativamente aos mercados financeiros nacionais, beneficiando da atratividade, do ponto de vista dos investidores, da melhoria das métricas da região, do forte crescimento económico e da busca por juros mais elevados".

O pico da emissão de dívida soberana aconteceu em 2014, "coincidindo com uma deterioração na qualidade do crédito e uma diminuição da perspetiva de evolução económica, devido à combinação do abrandamento chinês e da descida dos preços das matérias-primas".

As finanças públicas de vários países africanos, como os lusófonos Angola e Moçambique, sofreram uma deterioração devido a estes fatores, o que explica a degradação da análise da qualidade do crédito soberano em 20 países, contra apenas duas subidas desde o início de 2015.

A média do rácio da dívida pública face ao PIB entre 2010 e 2013 estava nos 40% em Moçambique, e passou para 89% este ano, enquanto em Angola passou de 24% para 53% nos mesmos períodos, de acordo com os dados da Moody's.

"Mesmo com reestruturações de títulos de dívida na África subsariana e noutras regiões, o mercado da dívida pública permanece aberto para a maioria dos países" que escolham emitir dívida, conclui a Moody's.

MBA // PJA

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