Há um crescente sentimento de impunidade e de insegurança nas escolas - Pais
Porto Canal / Agências
Lisboa, 06 jun (Lusa) - A Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP) mostrou-se hoje "muito preocupada" com a alegada violação da aluna de 12 anos por três colegas, alertando para o crescente sentimento de impunidade e de insegurança nas escolas.
"Existe um aumento do sentimento de impunidade por parte dos alunos, e um crescente sentimento de insegurança dos profissionais. E não é diminuindo o número de professores e de auxiliares, e aumentando o número de alunos por turma que as coisas se vão resolver", criticou o presidente da FERLAP, em declarações à agência Lusa.
Isidoro Roque desconhece que tenha havido mais casos idênticos à da alegada violação cometida por três menores, de 11 e 12 anos, mas frisou que os relatos de agressões entre alunos, e de alunos a professores, verbal ou fisicamente, têm vindo a aumentar nas escolas da área de Lisboa, sem que se "consigam controlar".
A alegada violação terá sido cometida pelos colegas a 30 de maio numa casa de banho pública próxima da Escola Básica Carlos Paredes, na freguesia da Póvoa de Santo Adrião, no concelho de Odivelas, que os alunos frequentam.
Além disso, os três menores são ainda suspeitos da tentativa de violação de um rapaz, desta vez dentro das instalações da escola.
O presidente da FERLAP reconheceu que é "difícil" controlar os alunos fora do estabelecimento de ensino, mas "a falta de acompanhamento dos alunos no interior das escolas pode potenciar situações de risco", como a que terá acontecido na escola em causa.
Isidoro Roque defendeu a colocação de mais auxiliares e professores na escola, e a redução do número de alunos por turma, o que, no seu entender, poderia ajudar a diminuir o problema da insegurança e da violência escolar.
O presidente da FERLAP salientou, contudo, que "felizmente, a grande maioria" dos alunos são "miúdos bons".
A alegada vítima contou a uma professora e à psicóloga da escola que foi alegadamente violada pelos três colegas. A mãe da menor deu conhecimento do caso à polícia que remeteu a participação para o Tribunal de Família e Menores de Loures, a quem cabe decidir sobre estes casos.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, o Ministério da Educação (ME) informa que os três suspeitos foram "suspensos preventivamente" até ao final do ano letivo "por se considerar que a presença dos mesmos na escola se revela gravemente perturbadora do seu normal funcionamento". Simultaneamente decorre um processo disciplinar acerca da alegada violação.
O ME acrescenta que foi instaurado um segundo processo disciplinar aos três alunos, por haver suspeitas da participação dos mesmos na tentativa de violação de um rapaz, desta vez no interior do estabelecimento escolar.
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