Sem maioria absoluta, PS deve repetir "estabilidade e progressos" - Carlos César

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 24 nov (Lusa) - O líder parlamentar do PS, Carlos César, defendeu hoje que o PS, "não obtendo maioria absoluta" nas legislativas de 2019, deve procurar uma solução que "repita" em "estabilidade e progressos" o percurso da atual legislatura.

"Nessa matéria só dou a minha opinião pessoal. Eu acho que o melhor governo é o governo do Partido Socialista. Se o Partido Socialista obtiver maioria absoluta esse é que é o sucesso do PS, mas não o tendo deve procurar uma solução que repita, em termos de estabilidade e progressos, aquilo que tem acontecido ao longo desta legislatura", afirmou.

O líder parlamentar do PS falava à agência Lusa a propósito dos dois anos da posse do governo minoritário do PS, que se completam no próximo domingo.

Carlos César sublinhou que foram recolhidos "muitos ensinamentos" da "experiência pioneira" de um governo minoritário apoiado pelo PCP, PEV e BE através de "acordos inéditos" e de uma "solução política" que "tem garantido estabilidade" e permitido a "recuperação de rendimentos" às famílias.

Questionado se considera desejável que se repita em 2019 a atual solução política, Carlos César acrescentou que "foi muito importante o diálogo que o Partido Socialista tem com o Bloco de Esquerda e com o Partido Comunista" mas, por outro lado, frisou que o PS "não ignora" que o país "precisa de outros consensos e de consensos mais vastos".

"Não há pacto nacional só quando falamos de PS e PSD, mas também não há acordo no país nem plataforma suficiente quando falamos apenas do PS e dos partidos à sua esquerda", declarou.

Para o líder parlamentar do PS, devem ser procuradas as "zonas de consenso" que permitem "que a política portuguesa tenha mais estabilidade" e que, "setor a setor", as políticas tenham mais previsibilidade, apontando como exemplo as áreas da saúde e ambiental.

E quanto à possibilidade de divergências com o PCP, BE e PEV que abalem o Governo e levem a eleições antecipadas, Carlos César respondeu que não encontra qualquer "vestígio de instabilidade na vida política portuguesa que faça perigar a continuidade deste Governo".

Admitindo que houve momentos de tensão na discussão do Orçamento do Estado para 2018, Carlos César considerou que são "naturais" e decorrem das "grandes diferenças" que o PS tem face ao PCP, BE e PEV.

"O que é fundamental entender é que nesta fase da vida política, social e económica, há áreas de confluência entre esses partidos que eles aproveitam para viabilizar neste projeto governativo", acentuou, defendendo que a aprovação do OE para 2018 é um "fortíssimo sinal" de estabilidade.

Na segunda fase da legislatura, o grupo parlamentar do PS vai continuar "o percurso de melhoria dos rendimentos das pessoas" mas também "no percurso de consolidação do crescimento económico" que exigirá "a atenção às empresas".

"Não há outra combinação possível que não seja mais iniciativa, mais investimento ao lado de mais emprego e rendimento e simultaneamente boas contas públicas", considerou, sublinhando que o projeto governativo tem tido "acolhimento europeu" e "sucesso" do ponto de vista económico e social.

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