Islamabad, 24 nov (Lusa) -- O líder do grupo Jamaat-ud-Dawa (JuD), Hafiz Saaed, acusado pela Índia e pelos Estados Unidos de ser o cérebro dos atentados de Bombaim, em 2008, foi libertado hoje, após dez meses em prisão domiciliária no Paquistão.

"Às 00:00, as autoridades policiais abandonaram a sua casa e colocaram fim à sua prisão. Agora é livre e pode ir onde quiser", disse à agência de notícias espanhola Efe Ahmed Nadeem, porta-voz do grupo Jamaat-ud-Dawa (JuD).

O JuD é considerado uma fachada da organização terrorista Lashkar-e-Taiba (LeT), que a Índia e os Estados Unidos consideram responsável pelos ataques em Bombaim e noutras cidades.

Hafiz Saaed, incluido em 2008 na lista de terroristas da ONU, retomou as atividades da organização e vai liderar as orações de sexta-feira no seu quartel-general na cidade de Lahore, no leste do Paquistão, para onde se dirigiram entretanto membros do grupo para o felicitar, indicou o mesmo responsável.

"Saaed é um predicador que fala pelos pobres do país e pela liberdade de Caxemira ocupada pela Índia e continuará a sê-lo", realçou.

A libertação de Saaed, que estava em prisão domiciliária desde 30 de janeiro, tem lugar depois de um tribunal ter rejeitado na quarta-feira prolongar a detenção por falta de provas ou de uma justificação para o efeito.

O Governo indiano manifestou na quinta-feira a sua indignação relativamente à decisão que "confirma mais uma vez a falta de seriedade do Governo paquistanês na hora de levar à justiça os autores de atos atrozes de terrorismo".

Segundo a Índia, Saeed é o fundador e líder do Lashkar-e-Taiba, grupo que realizou ataques terroristas na parte indiana de Caxemira (norte), região pela qual Nova Deli e Islamabad travaram três guerras.

O ataque em Bombaim, em 2008, prolongou-se por três dias e causou 166 mortos e 237 feridos.

Os terroristas usaram espingardas de assalto e granadas contra uma estação de comboios, um centro judeu e um hotel.

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