China dita normas para evitar vendas de templos religiosos
Porto Canal com Lusa
Pequim, 24 nov (Lusa) -- A China emitiu uma lista de normas que proíbem empresas e particulares de fazer negócio com templos budistas e taoistas do país, uma medida que surge na sequência da proliferação de falsos recintos religiosos, informou hoje o China Daily.
O objetivo das normas, lançadas pela Administração Estatal de Assuntos Religiosos e outros departamentos do Governo, passa por "assegurar um desenvolvimento saudável das duas religiões, dado que muitas atividades comerciais em seu nome prejudicaram a sua imagem", referiu o jornal oficial.
À luz das novas regras, nenhuma empresa ou particular poderá investir na construção e operação de templos budistas e taoistas, dado que esses recintos serão sempre entidades sem fins lucrativos.
Algumas atividades comerciais tradicionais como a venda de livros, de objetos de arte sacra serão permitidas nesses espaços, mas apenas se o dinheiro angariado for destinado para operações de manutenção dos templos ou para obras de melhoria, segundo as normas.
Estas também instam a que haja uma moderação no preço das entradas turísticas de monumentos religiosos populares e proíbem mesmo o estabelecimento de caixas para donativos não autorizadas pela administração e coletas através da Internet.
Em paralelo, "o Governo irá realizar uma campanha contra organizações e indivíduos que contratam falsos monges para celebrar rituais ilegais e angariar donativos", destacou o documento oficial citado pelo jornal China Daily.
Em março, o chefe da Associação Budista da China, o monge Xuecheng, tinha advertido que muita gente no país estava a utilizar essa religião como "uma ferramenta para ganhar dinheiro".
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