Eslováquia vai receber últimos três uigures que permaneciam em Guantanamo
Porto Canal / Agências
Washington, 31 dez (Lusa) - Os Estados Unidos anunciaram hoje a transferência para a Eslováquia dos três últimos uigures, chineses de confissão muçulmana, que continuavam na prisão militar de Guantánamo por falta de um país que os quisesse receber.
"Os Estados Unidos agradecem ao governo eslovaco este gesto humanitário e pela sua vontade de apoiar os esforços norte-americanos com vista ao encerramento da prisão de Guantánamo", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em comunicado.
Os três ex-detidos, Yusef Abbas, Saidullah Khalik e Hajiakbar Abdul Ghuper, foram inocentados e considerados libertáveis em outubro de 2008, mas permaneciam em Guantánamo por não ter sido ainda possível encontrar um país que os quisesse acolher.
Um total de 22 uigures estiveram detidos em Guantánamo. Inocentados ainda durante a administração Bush, permaneceram vários anos na cadeia norte-americana na ilha de Cuba por acreditarem que seriam perseguidos se regressassem à China.
A minoria uigure, turcófona e de confissão muçulmana, vive na região de Xinjiang, nordeste da China. Alguns grupos de uigures queixam-se perseguição política e religiosa por parte da China, que os acusa de "terrorismo".
Ao longo deste processo, vários países se mostraram reticentes em acolher os detidos por receio de afrontar Pequim.
Em 2006, a Albânia acabou por acolher cinco, o arquipélago de Palau seis e as Bermudas quatro em 2009, enquanto outros dois foram para a Suíça em 2010 e mais dois para El Salvador em 2012.
Para o Pentágono, "esta transferência representa uma etapa importante nos esforços para fechar a prisão de Guantánamo".
Atualmente permanecem 155 detidos em Guantánamo.
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