CDU/Porto teme "inquinação do debate" com "multiplicação de candidaturas"

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 06 jun (Lusa) -- A CDU do Porto considerou hoje que o anúncio de uma "alegada candidatura independente" de Nuno Cardoso indicia uma "inquinação do debate público e eleitoral" em torno de "questões acessórias", resultado de "lutas intestinas" entre PSD, CDS e PS.

Em comunicado, os comunistas consideram que estas "lutas intestinas nos partidos responsáveis pelo rumo de desastre em curso -- PSD, CDS e PS" têm "expressão na multiplicação de candidaturas autárquicas, apoiadas oficial ou oficiosamente por estes partidos ou por parte deles".

Assim sendo, desejam que tal "não contribua, como os factos parecem indiciar, para uma inquinação do debate público e eleitoral", centrando-o em "questões acessórias e secundarizando os principais problemas que afetam a vida daqueles que vivem e trabalham no Porto".

O ex-presidente da Câmara do Porto Nuno Cardoso disse hoje à Lusa que vai avançar como independente à autarquia portuense para "responder a um apelo muito forte" das pessoas que encontrava na rua.

A CDU reage numa nota de imprensa intitulada "sobre o anúncio de uma alegada candidatura independente encabeçada por Nuno Cardoso" onde expõe três "considerações" sobre a novidade, embora não volte a repetir o nome do ex-autarca.

Assim, os comunistas destacam que "o dramático agravamento da situação económica e social do país e do Porto resulta das políticas de direitas levadas a cabo por PSD, CDS e PS, quer no plano local, quer no plano nacional".

"A inversão desta situação implica uma rutura com estas políticas e a derrota dos seus executantes", sustentam.

A CDU, dizem, "continuará empenhada na afirmação das suas propostas e projeto alternativo".

Tal será feito "dando expressão política e institucional aos anseios dos portuenses" e "afirmando soluções para os principais problemas que atingem a cidade".

"Não foi fácil, mas sinto uma enorme felicidade e uma grande tranquilidade para encarar este projeto", afirmou Nuno Cardoso, confirmando à Lusa uma notícia avançada hoje pela TSF.

Nuno Cardoso disse que a sua candidatura independente é "um projeto que quer ir às raízes do Porto, às suas géneses, à sua matriz e quer efetivamente ser um projeto dos portuenses", esperando "a legitimidade dos portuenses para fazer com eles um projeto de futuro".

O ex-autarca disse ainda que esta é "resolução individual, que conta com o apoio de alguns amigos".

"Estamos no começo, nada foi planeado, nem premeditado, nem é uma obsessão. Senti que era meu dever manifestar esta disponibilidade para servir o Porto e os portuenses", acrescentou.

O ex-autarca disse estar agora empenhado na recolha das seis mil assinaturas necessárias para avançar com a sua candidatura.

Nuno Cardoso presidiu à Câmara do Porto entre 1999 e 2002, quando Fernando Gomes abandonou o cargo para ser ministro da Administração Interna, no último Governo de António Guterres.

Foi convidado pelo PS para ser o candidato do partido à Câmara da Maia, mas não aceitou por ter um projeto para o Porto.

ACG (PM) // JGJ

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