Diálogo entre as partes "é positivo", mas COP23 continuou a marcar passo - Quercus

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 18 nov (Lusa) -- A cimeira sobre o clima de Bona (COP23) trouxe conclusões interessantes, como o diálogo inter-partes, mas, na prática, continua-se a marcar passo, pois o combate ao aquecimento global está a falhar, defendeu hoje um responsável da associação ambientalista Quercus.

Em declarações à agência Lusa, Paulo do Carmo lamentou que os avanços na luta global sejam "muito pequenos", faltando decidir questões mais importantes, sobretudo as ligadas ao financiamento para políticas de combate às alterações climáticas nos países em vias de desenvolvimento e/ou mais vulneráveis.

"A decisão foi lenta. Os avanços não têm sido grandes, têm sido muito pequenos. Há conclusões interessantes e boas, mas continuamos aqui a marcar passo", disse.

Segundo o responsável, "falta decidir coisas importantes e acima de tudo concretizar as ações. A avaliação é positiva, mas, mais uma vez, é uma COP em que se continuou a marcar passo", acrescentou.

"Estando tudo em prática e tendo em conta que os valores estão apontados para impedir o aquecimento acima dos 2º Celsius, parece que continua a poder ser atingido.

Neste momento, as metas estão em cima da mesa para reduzir o aumento da temperatura para os 2º Celsius, e certamente não se conseguirão ser atingidas", acrescentou.

Para Paulo do Carmo, há, porém, uma "evolução positiva", que passa pelo facto de se ter decidido em Bona criar um diálogo entre as partes ao longo do próximo ano, para que tudo chegue afinado à Cimeira de Katowice (Polónia), marcada para dezembro de 2018.

"Em vez de os países estarem só concentrados a fazer o seu trabalho, em que cada um cuida de si, há, de facto, aqui uma interação entre todas as entidades envolvidas, nomeadamente os países, a comunidade científica e empresas no sentido de poder fazer-se uma avaliação constante para que, em 2018, se possa saber então o que todos estão a fazer" de forma concertada, sublinhou o dirigente da Quercus.

Menos boa, definiu, é a questão do financiamento, item que é "fundamental para inverter a situação".

"Parece que os países mais desenvolvidos que estiveram na COP apareceram sem dinheiro. Para os países em vias de desenvolvimento que precisam de apoio para os seus programas e de apostar no combate às alterações climáticas é necessário que haja apoios financeiros", sustentou.

Os países reunidos na 23.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP23) acordaram esta noite iniciar um diálogo para no final de 2018 fazer uma avaliação coletiva das suas emissões de gases com efeito de estufa.

A cimeira em Bona terminou com os países a acordarem lançar um processo de "diálogo" de um ano para avaliar o caminho que é necessário percorrer se o mundo quiser reduzir em dois graus o aquecimento, conforme estipulado no Acordo de Paris.

O Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, alcançado em dezembro de 2015 e que entrou em vigor em 04 de novembro de 2016, estabelece compromissos da comunidade internacional para limitar o aquecimento global a um máximo de 2ºC acima dos valores médios da era pré-industrial.

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