Psicólogo Steven Pinker diz que Trump pode ameaçar tendência de menor violência global

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Porto Canal com Lusa

Porto, 12 nov (Lusa) -- O psicólogo norte-americano Steven Pinker afirmou, no sábado à noite, que a administração do Presidente Donald Trump está a contrariar várias das tendências de redução de violência no mundo e que a sua Casa Branca vai na "direção errada".

Na conferência de encerramento do Fórum do Futuro deste ano, que se realizou no grande auditório do Teatro Municipal Rivoli, no Porto, quase cheio, Pinker retomou os temas do seu livro "Os Anjos Bons da Nossa Natureza" (Relógio d'Água, 2016), no qual argumenta que, por vários motivos, a Humanidade está a assistir a uma tendência de diminuição da violência ao longo dos últimos séculos que se pode prever como sustentável.

No entanto, questionado pelo moderador da sessão, José Pacheco Pereira, sobre a possibilidade, ainda este século, de uma guerra de larga escala, num contexto em que Donald Trump profere ameaças nucleares contra países como a Coreia do Norte, Pinker reconheceu que o atual presidente dos Estados Unidos tem "empurrado contra algumas destas tendências".

"Muitos dos desenvolvimentos que levaram a que o número de guerras caísse, Donald Trump tem definitivamente procurado contrariar, tais como a comunidade internacional, as normas da democracia. Por isso, notar que tem havido tendências benéficas não quer dizer que haja uma espécie de magia", afirmou Pinker, que salientou que vai depender dos líderes políticos se a tendência de quebra da violência global se vai manter ou não.

O professor da Universidade de Harvard, considerado por revistas como a Time ou a Foreign Policy como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, afirmou que "a questão é se [Trump] vai prevalecer sobre as outras forças que estão a tornar o mundo mais pacífico".

Ao longo da palestra de sábado à noite, Pinker lembrou vários pontos do seu argumento de como o mundo está hoje mais pacífico - que vai recuperar num livro a publicar em 2018 --, como o facto de a Humanidade estar a viver, pela primeira vez desde há 37 anos, num planeta onde a escravatura legal está abolida (desde que a Mauritânia, em 1981, se tornou no último país a aboli-la).

Desde a quebra no número de guerras ao declínio da violência contra mulheres e crianças, passando pela redução do número de homicídios, Pinker defendeu que "ao longo da história as instituições e normas trouxeram ao de cima os melhores anjos" do ser humano, numa referência à última frase do discurso de tomada de posse de Abraham Lincoln enquanto presidente dos Estados Unidos.

Na sessão, com o título "Passado, presente e futuro da violência", Steven Pinker perspetivou o futuro da violência no mundo ao considerar que é possível que as guerras entre estados desapareçam, bem como as punições violentas.

No entanto, o psicólogo admitiu ser pouco provável que haja uma melhoria em termos de guerras civis, dos direitos humanos no mundo islâmico e da violência barata, com baixas taxas de morte, mas altos níveis de publicidade como o terrorismo.

Numa sessão de encerramento que começou com uma homenagem ao antigo vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto Paulo Cunha e Silva, o presidente da autarquia, Rui Moreira, garantiu a continuidade do Fórum do Futuro, ao anunciar que em novembro do próximo ano vai ser debatido o "impacto da antiguidade clássica na produção cultural contemporânea da arte até às ciências".

TDI // CSJ

Lusa/fim

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