PSD critica PS por abdicar de ter propostas e por apenas reclamar eleições

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 06 jun (Lusa) - O PSD considerou hoje que o PS abdicou a meio da presente legislatura de apresentar propostas construtivas e de procurar compromissos, limitando-se a pedir eleições, e que a vontade de abertura está mais do lado dos sociais-democratas.

Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo coordenador da Comissão Política do PSD, Jorge Moreira da Silva, no final de uma reunião com a direção do PS, que decorreu na sede nacional dos sociais-democratas e que durou cerca de uma hora.

Confrontado com a declaração feita momentos antes pelo dirigente socialista Alberto Martins, considerando que as divergências com o PSD são insanáveis, Jorge Moreira da Silva contrapôs: "Por responsabilidade própria, infelizmente o PS assumiu uma opção que dificulta a capacidade de compromisso e de entendimento".

"Estamos a meio da legislatura e o PS pretende ter eleições, prescindiu de apresentar propostas no sentido de criar condições para o compromisso e de assumir uma postura de abertura. Pura e simplesmente, o PS optou por dizer que a única solução é um ato eleitoral. Do ponto de vista do PSD, isso é assumir uma visão irresponsável, porque o que se pede aos partidos e aos políticos é que assumam abertura e que tenham uma posição realista no diagnóstico da situação do país", contrapôs o dirigente social-democrata.

Jorge Moreira da Silva defendeu que o país precisa de posições realistas e advogou que na reunião foi possível verificar que "a vontade de abertura está mais do lado do PSD do que do lado do PS".

"Nesta reunião, o PSD procurou identificar cinco matérias em que houvesse condições para um diálogo mais aprofundado, casos do equilíbrio orçamental (de curto, médio ou longo prazo), estratégia de investimento seletivo, aprofundamento do projeto político europeu, reforma do Estado e fiscalidade. Mas o PS repetiu nesta reunião que apenas pretende eleições, desistindo das respostas aos problemas. O PSD não desistirá de pedir ao PS que coloque o interesse nacional acima do partidário", salientou.

Neste contexto, Jorge Moreira da Silva disse mesmo ter sido "frustrante" o facto de não ter sido possível obter do PS uma resposta quanto à sua posição sobre a limitação temporal do memorando de entendimento.

"Questionámos o PS se pretendia cumprir as metas orçamentais ou não e, cumprindo as metas orçamentais, se a via deveria ser pela redução da despesa ou por aumento de impostos; ou se, pura e simplesmente, o PS entende não se cumprir metas orçamentais e, nesse caso, se assume de forma explícita (e não implícita) a vontade de segundo resgate. Questionei o PS sobre a sua opção, mas não obtive uma resposta cabal sobre esta matéria. Continuaremos a fazer esta pergunta, porque os portugueses devem perceber qual a estratégia de cada partido", disse.

Sobre a ausência de Pedro Passos Coelho na reunião com a direção, Jorge Moreira da Silva alegou que o PSD, no seu último congresso, tomou a opção de autonomizar cada vez mais partido e Governo.

"No último congresso, fui mandatado para coordenação permanente da atividade do partido, razão pela qual presido às comissões permanentes do PSD. O PSD recebeu o PS da mesma forma que tem recebido as centrais sindicais, as associações patronais ou líderes partidários estrangeiros", justificou o primeiro vice-presidente social-democrata.

Jorge Moreira da Silva adiantou ainda que, entre o PS e o Governo, "há uma dimensão de diálogo que tem sido assumida pelo primeiro-ministro".

"Desde o último congresso que há uma opção do PSD por ter uma coordenação política do partido que é responsável pela condução do PSD no dia-a-dia, sem prejuízo do papel fundamental que o presidente [Pedro Passos Coelho] tem quando preside às comissões políticas nacionais", acrescentou.

PMF // SMA

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