Movimento Cívico defende candidatura do projeto Metro Mondego a fundos europeus

| Economia
Porto Canal / Agências

Coimbra, 26 dez (Lusa) - O Movimento Cívico de Coimbra, Góis, Lousã e Miranda do Corvo alertou hoje para a necessidade de o projeto Metro Mondego constituir uma das prioridades de investimento do país a propor à União Europeia no próximo quadro comunitário.

O porta-voz do movimento, Jaime Ramos, salientou que é preciso "acordar a cidade de Coimbra e a região para a necessidade de lutar por este investimento", no qual já foram investidos cerca de 140 milhões de euros sem qualquer utilidade.

"São milhões que vão para o lixo se a obra não tiver continuidade. Portanto, o Governo tem de aproveitar o dinheiro já gasto", sublinhou o antigo governador civil de Coimbra, numa conferência de imprensa realizada na desativada Estação do Parque do Ramal da Lousã.

O Ramal da Lousã foi desativado há quase quatro anos, estando concluída, no âmbito do projeto, parte das empreitadas entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), correspondentes à Linha Verde, primeira fase do Metro Mondego (MM), que contempla também a instalação de um metro ligeiro de superfície do tipo "tram-train" - com capacidade para circular nos eixos ferroviários, urbanos, suburbanos e regionais - na cidade de Coimbra.

Faltam as obras até Coimbra B e os trabalhos de colocação de plataformas na via, dos carris, bem como de toda a catenária (sistema de alimentação elétrica) - que foram suprimidos no final de 2010 - nas duas empreitadas parcialmente concluídas.

"Se o projeto for candidatado a financiamento europeu terá uma comparticipação de 85% e Portugal assumirá unicamente 15%. Se o investimento necessário for de 100 milhões, Portugal só terá um custo de 15 milhões, uma insignificância perante o interesse estruturante do Metro Mondego", sublinhou Jaime Ramos.

O porta-voz do Movimento Cívico de Coimbra, Góis, Lousã e Miranda do Corvo disse ainda que o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Pedro Saraiva, "não pode continuar calado sem exigir publicamente a continuação da obra".

Por outro lado, Jaime Ramos mostrou-se receoso de que a comissão encarregue de avaliar os investimentos de valor acrescentado para a economia portuguesa, cujas decisões terão de estar concluídas até 15 de janeiro, esteja "subordinada a lóbis de grandes interesses".

"O Governo não se pode esconder por detrás destas comissões e receio mesmo que interesses económicos não reconheçam o interesse social do projeto Metro Mondego, tendo antes uma visão economicista", sublinhou, lembrando que tanto o atual primeiro-ministro, como o vice-primeiro-ministro, os partidos políticos com assento no Parlamento e o presidente da República prometeram a ligação "sobre carris entre Coimbra e Serpins (Lousã)" no Ramal da Lousã.

Jaime Ramos exortou ainda os autarcas das Câmaras de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo a manifestarem "por todas as vias a exigência de se concluir esta obra já iniciada e que veio destruir um ramal ferroviário centenário", que estava em funcionamento.

O Movimento Cívico de Coimbra, Góis, Lousã e Miranda do Corvo reúne na sexta-feira à noite, em plenário, para definir novas iniciativas de luta pela inclusão da continuidade das obras como um dos projetos prioritários a apresentar à União Europeia.

AMV // SSS

Lusa/fim

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