Leiria, 06 jun (Lusa) - A Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis (ARBVL) está a realizar obras no valor de 310 mil euros para garantir água a agricultores de Leiria e Marinha Grande, disse hoje à Lusa o gestor daquela entidade.

"A intervenção tem o objetivo de repor estragos causados pelas cheias que aconteceram em março e vai decorrer até ao final deste mês de junho de forma a garantir água em quantidade e qualidade aos agricultores no período mais complicado do verão", explicou Henrique Damásio, gestor da ARBVL.

A verba foi disponibilizada pelo Ministério da Agricultura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território através do Fundo de Proteção dos Recursos Hídricos (FPRH) para minorar os prejuízos do mau tempo, dois meses após a associação ter exigido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) uma indemnização no valor mínimo de três milhões de euros.

A ARBLV responsabilizava a APA de "estrangular o escoamento da água do rio Lis" devido aos trabalhos que decorriam na foz do rio na reabilitação da Ponte das Tercenas, na Praia da Vieira, na Marinha Grande.

"Para quem tem necessidade das obras e de água estes dois meses foram longos, mas, atendendo ao que é normal no país, o prazo de disponibilização do dinheiro foi rápido", defendeu o responsável da ARBVL.

A 01 de abril, os deputados do PS eleitos por Leiria tinham solicitado à ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território que acionasse "de imediato" o FPRH para minorar os prejuízos do mau tempo.

O pedido foi feito um dia depois de "inundações muito acentuadas dos campos agrícolas de todo o vale do Lis e consequentes prejuízos para os agricultores", que também atingiram "zonas de lazer e equipamentos públicos do concelho de Leiria", sublinharam então os parlamentares.

Os trabalhos estão a ser efetuados nos diques do rio Lis, procurando reparar os rombos provocados pela intempérie de março que se verificou na região de Leiria, bem como nas estruturas de rega e de defesa de cheias.

A ARBVL já tinha disponibilizado aos agricultores "eletrobombas e motobombas 'diesel' de recurso para assegurar água aos agricultores, de forma a minimizar os danos, mas esta era uma solução que comportava custos adicionais", salientou Henrique Damásio.

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