Cada jovem internado num centro educativo custa diariamente ao Estado 133 euros

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 06 jun (Lusa) -- Cada jovem internado num centro educativo tem um custo médio diário para o Estado de 133 euros, mais do dobro do custo de um recluso adulto, segundo dados da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) hoje divulgados.

"Chegámos à conclusão de que as asneiras que os nossos jovens vão praticando no dia-a-dia saem muito caras ao Estado", disse à agência Lusa o subdiretor geral da DGRSP, revelando que, em 2012, o Estado gastou quase 12,5 milhões de euros com os 253 jovens internados nos oito centros educativos do país.

Em abril estavam internados 280 jovens nos centros educativos, mais sete por cento em relação a dezembro de 2012, "contrariando a tendência de diminuição verificada no decorrer do segundo semestre de 2012", refere a DGRSP.

Segundo o subdiretor geral, "cada jovem internado tem um custo médio para o Estado que ronda os 133 euros por dia, mais do dobro do custo diário de um recluso adulto que está numa prisão, que custa cerca de 50 euros por dia".

Licínio Lima apontou o caso do centro educativo da Madeira, em que, "por várias razões", cada jovem está a custar ao Estado 210 euros por dia.

"A asneira juvenil sai muito cara a todos os portugueses. Não podemos pensar que um jovem deve ser castigado porque furtou e depois nos vai custar 210 euros por dia no cumprimento da medida imposta pelo tribunal", disse.

Para o responsável, "a asneira que o jovem comete é má, mas o custo do castigo é quase um crime, tendo em conta as dificuldades económicas por que os portugueses estão a passar".

"Tendo em conta estes números seria também de pensar numa política de Estado para a infância e a juventude que nos permitisse trabalhar de forma mais articulada entre a promoção e proteção e o tutelar educativo para que a caminhada criminal de muitos jovens fosse travada a tempo", defendeu.

Os gastos com os jovens internados resultam de todo o investimento que se faz no jovem, explicou o subdiretor geral, adiantando que "a ideia do Estado não é prender o jovem", mas sim reabilitá-lo e reinseri-lo na sociedade.

"Todos eles estão numa fase de escolaridade obrigatória" e, por isso, o Estado tem de lhes "proporcionar todos os meios necessários para que possam aprender e continuarem ligados ao ensino", justificou.

Para isso, tem de existir nos centros educativos professores, formação profissional e "todos os meios necessários para que o jovem possa trabalhar competências" para quando sair esteja apto para se reinserir em sociedade.

"O dinheiro que se gasta não é mal gasto, porque é dinheiro investido em formação, em educação para o direito, em transformação da pessoa", frisou.

Contudo, comentou, "é muito dinheiro". Para reduzir estes gastos, a DGRSP vai avançar com "um projeto para reavaliar a reincidência" dos jovens que praticam ilícitos considerados crimes, disse Licínio Lima, referindo-se ao "Projeto Reincidências" divulgado hoje em Lisboa.

Sobre os centros educativos, Licínio Lima disse que "estão bem equipados" e existe um "bom projeto educativo".

"Obviamente que precisaríamos de mais técnicos, mas estamos a tratar disso", disse, avançando que a DGRSP vai tentar que os profissionais que trabalham com os jovens sejam reforçados com mais alguns elementos.

HN // SO

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