Pedido de interesse turístico da romaria d'Agonia levado sexta-feira ao Governo
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo, 06 jun (Lusa) - O pedido de declaração de interesse turístico da Romaria d'Agonia, para garantir a sua autenticidade e promoção internacional, vai ser apresentado na sexta-feira pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo ao secretário de Estado do Turismo.
Fonte autárquica disse hoje que o autarca José Maria Costa se vai encontrar, a seu pedido, com o secretário de Estado Adolfo Mesquita Nunes, numa reunião que servirá para apresentar este pedido de classificação, já formalmente entregue ao Turismo de Portugal, mas também para "solicitar a redução do IVA" para a restauração e hotelaria.
A reunião está agendada para as 11:00 de sexta-feira, em Lisboa.
Aquando da apresentação pública da candidatura, em abril último, a Câmara de Viana do Castelo estimou a validação do interesse turístico da Romaria d'Agonia ainda antes da próxima festa, que arranca a 16 de agosto.
O processo foi conduzido por Francisco Sampaio, que durante mais de duas décadas liderou a extinta Região de Turismo do Alto Minho (RTAM), sendo hoje o maior especialista na história daquela festa secular.
"As nossas festas são únicas e como tal merecem ter esta distinção", sublinhou Sampaio. Garantiu que esta classificação é perseguida desde 2002, ainda pela RTAM, sendo "finalmente" formalizada agora, igualmente para "valorizar" o turismo religioso como uma aposta turística local.
Segundo números da organização, cerca de 750 mil pessoas visitam Viana do Castelo nos dias da romaria (agosto), a qual assume igualmente "um contexto económico muito importante" para o concelho, garante José Maria Costa.
"É também uma romaria com um contexto religioso muito forte, tem uma projeção nacional e internacional que a torna na maior de Portugal. É a maior atração turística de Viana do Castelo e este título é merecedor pelo carinho que todos os vianenses colocam na festa", explicou o autarca.
A Romaria de Nossa Senhora d'Agonia é considerada uma das principais festividades do país, remontando as suas origens a uma via-sacra referenciada em documentos do século XV. Nesse local foi construída, em 1674, a Capela do Bom Jesus do Santo Sepulcro.
A devoção surgiu em 1751, quando a imagem da santa entrou na capela, o que fez aumentar de forma considerável o número de promessas e ofertas.
A igreja dedicada à santa começou a ser construída em 1774 e, nove anos mais tarde, a Sagrada Congregação dos Ritos concedeu licença para que todos os anos pudesse ser celebrada naquele local, a 20 de agosto, uma missa solene, dia que ainda hoje é feriado municipal.
Nos moldes próximos dos atuais, a festa surgiu em 1823 e o primeiro desfile do traje surgiu em 1906. Dois anos depois o programa incluiu, pela primeira vez, a parada agrícola, antecessora do atual cortejo etnográfico.
Em 1968 realizou-se a primeira Procissão ao Mar, atualmente um dos números mais emblemáticos, com centenas de embarcações de pesca a levarem a imagem da padroeira ao mar e ao rio.
PYJ // JGJ
Lusa/fim