Operação Marquês: Sócrates diz que acusação do MP visa criminalizar período político

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 13 out (Lusa) - O ex-primeiro-ministro José Sócrates disse hoje que as acusações do Ministério Público pretendem criminalizar o período político em que chefiou o Governo e que são mentiras que têm "tudo a ver com direita e com esquerda".

"Todas as grandes imputações que me fazem pretendem criminalizar uma gestão política, um período político", afirmou em entrevista à RTP.

Segundo defendeu, o Ministério Público fundamenta "toda a acusação em várias mentiras", pondo de lado aquilo que não interessa à acusação.

"Eu devo ser a única pessoa no mundo que é acusado de ter uma fortuna escondida e que pediu três empréstimos à CGD", ironizou, sublinhando que "isso é posto de lado" na acusação.

O Ministério Público acusou na quarta-feira o antigo primeiro-ministro José Sócrates por 31 crimes, repartidos por corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no GES e na PT, bem como por garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

Além de José Sócrates, foram acusados na Operação Marquês o empresário Carlos Santos Silva, amigo de longa data e alegado testa de ferro do antigo primeiro-ministro, o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, os antigos administradores da PT Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e o ex-ministro e antigo administrador da CGD Armando Vara.

A acusação deduz um pedido de indemnização cível a favor do Estado de 58 milhões de euros a pagar por José Sócrates, Ricardo Salgado, Carlos Santos Silva, Armando Vara, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, entre outros arguidos.

No total, na Operação Marquês foram acusados 28 arguidos, 19 pessoas e nove empresas, por um conjunto de 188 crimes.

PMC // HB

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