Indústria naval diversifica actividade para se manter a laborar

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Porto Canal / Agências

Redação, 16 dez (Lusa) - Os principais estaleiros navais portugueses, que reduziram para metade as suas vendas e o número de trabalhadores nos últimos anos, têm conseguido manter as vendas devido à diversificação da atividade, aposta que resulta da queda na construção de embarcações.

Segundo a Associação das Indústrias Navais (AIN), citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), ao ciclo de crescimento registado até 2008 opôs-se um novo período de queda, refletido não só em volume de negócios (547 milhões de euros em 2008 contra 220 milhões de euros em 2011), como também em número de trabalhadores (6.180 em 2008 e 3.476 em 2011).

"O mercado da construção de embarcações de grande dimensão caiu em todo o mundo, devido ao excesso da oferta de transporte e à redução das taxas de frete, pelo que houve uma queda na procura de construção naval", explicou à agência Lusa José Ventura de Sousa, secretário-geral da AIN.

No caso das embarcações de pesca, "o mercado desapareceu devido à política comum de pesca com os incentivos ao abate de navios".

A conjuntura veio a reduzir o número de estaleiros existentes no país de 417 em 2008 para 317 em 2011, de acordo com o INE. Contudo, esclareceu a AIN, os principais estaleiros portugueses mantiveram-se a laborar e até surgiram novos investimentos, com a reativação dos estaleiros do Mondego.

Desde 2008 que muitos têm vindo a reestruturar-se e a "encontrar novos mercados", como os de Aveiro, que se viraram para a construção de barcos hotéis para o rio Douro, e de Peniche, com a construção, por exemplo, de barcos de passeio, de transporte de passageiros e de pesca para o mercado externo e a montagem de estruturas para a extração de petróleo e gás natural e para a produção de energia no mar.

Com a nova estratégia comercial, ambos conseguiram subir as suas vendas 25 milhões de euros em 2012, revelou a AIN.

Com a queda abrupta da construção naval, muitos apostaram mais na reparação e manutenção de embarcações, motivo pelo qual existiam em 2011 mais estaleiros de reparação (222) do que de construção (139), ao contrário de anos anteriores.

Enquanto na construção o volume de negócios baixou de 321 milhões de euros em 2008 para 78 milhões em 2011 e o número de trabalhadores passou de 4.558 para 1.816 entre os mesmos anos, na reparação a descida foi mais ligeira nas vendas (226 milhões de euros em 2008 e 146 milhões em 2011), registando valores semelhantes a 2005, e até permitiu manter praticamente o número de trabalhadores (1.622 em 2008 e 1.660 em 2011).

Os números refletem peso das grandes empresas que baixaram os lucros da construção e da reparação (Viana do Castelo desceu de 8,9 milhões para 2,9 milhões em 2012), uma vez que as pequenas e médias empresas conseguiram manter o volume de negócios, pelo menos nos últimos cinco anos, e até aumentaram as vendas em comparação com o total do setor, segundo dados da AIN.

A redução de trabalhadores deveu-se também à reestruturação dos estaleiros, que passarem a ser "unidades de montagem", por onde passa mão-de-obra afeta a empresas especializadas subcontratadas.

FYC // ROC

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