Governo espanhol vai "fixar preço alternativo" para a luz elétrica em 2014
Porto Canal / Agências
Madrid, 20 dez (Lusa) - O Governo espanhol vai fixar, até final do ano, mecanismos que permitam "fixar um preço alternativo" para o aumento da fatura da luz em Espanha a partir de 1 de janeiro, anunciou hoje Mariano Rajoy.
Segundo o chefe do Governo espanhol, o Executivo está a trabalhar nesse modelo alternativo e já pediu um relatório à Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC) espanhola que deliberou hoje não validar o leilão de energia realizado na quinta-feira.
Em comunicado a CNMC explica que decidiu "não validar" o leilão de eletricidade realizado na quinta-feira devido à existência de "circunstâncias atípicas", posição idêntica à do Governo.
O leilão de quinta-feira, denominado Cesur, terminou com um aumento de 25,6% no custo da energia, o que se traduziria, a partir de 1 de janeiro, num aumento de 10,5% na fatura da luz.
"O Governo pediu parecer à CNMC porque consideramos que o aumento de preços era exagerado e não estava absolutamente justificado. A CNMC considerou que houve circunstâncias atípicas neste leilão, recomendou não validar e o Governo atuou em consequência, anulando o leilão", disse Rajoy.
"O mais importante é que não se transferirá para a fatura da luz o impacto deste leilão", disse, recusando-se a tecer "outras considerações" sobre o que pode ter afetado o resultado do leilão.
Em comunicado, a CNMC refere que há quatro anos recomendou uma alteração do sistema do leilão, tendo iniciado um processo de informação prévia para analisar os movimentos pouco normais que estavam a ocorrer no mercado de fixação de preços do setor.
Na quinta-feira, pouco depois de ser conhecido o resultado do leilão, o ministro espanhol da Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria, disse que a CNMC teria que decidir se validaria ou não o leilão, antes de outras eventuais medidas.
"Espero e desejo que [este aumento do preço] seja travado", disse Soria, que considerou "inaceitável" o resultado do leilão.
A tarifa elétrica de último recurso (TUR), que a partir de janeiro se denominará preço voluntário ao pequeno consumidor, é determinada, praticamente em partes iguais, por dois elementos: o custo da energia (definido pelos leilões) e a parte regulada, definida como 'portagens' e estabelecida pelo Governo.
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