Portugal longe dos mínimos no acesso à reanimação cardíaca em locais públicos - Sociedade Cardiologia

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 22 set (Lusa) -- Portugal está longe dos mínimos no acesso à reanimação cardíaca em locais públicos, considera a Sociedade de Cardiologia, que defende um verdadeiro programa nacional de acesso à desfibrilhação.

"Se tiver uma paragem cardíaca num estádio de futebol ou num grande centro ou zona comercial, a probabilidade que tenho de sobreviver é mínima", afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, João Morais, em entrevista à agência Lusa.

A prevenção da morte súbita precoce deve, no entender do especialista, ser encarada como uma prioridade, até porque a comunidade médica tem hoje forma de identificar os doentes em risco e de intervir.

Para João Morais, um dos "grandes problemas" em Portugal é o "acesso à resposta à paragem cardíaca na rua".

"No acesso à ressuscitação em locais públicos, estamos muito longe de poder atingir sequer os mínimos", comenta o cardiologista, que ressalva contudo o trabalho importante do INEM nesta matéria.

Mesmo reconhecendo que há já locais com desfibrilhadores automáticos externos (aparelho usado na paragem cardiorrespiratória), João Morais entende que não basta distribuir desfibrilhadores.

A introdução de um desfibrilhador, explicou, pressupõe formação de pessoas e atualização de conhecimentos a cada dois, três anos ou cinco anos, no máximo. A

"Deve ser enquadrado em algo organizacional. Não basta ter um desfibrilhador pendurar numa parede de um centro comercial, esse aparelho tem de ter à volta dele várias componentes que têm a ver com a organização", defendeu.

João Morais afirma que o INEM tem feito formação em suporte básico de vida e desfibrilhação automática e certificação de locais públicos, mas que Portugal "está longe de uma cobertura minimamente eficaz", nem mesmo nas grandes cidades.

"Há locais em que as coisas estão razoavelmente montadas, mas está muito longe de ser um verdadeiro programa nacional de resposta à paragem cardíaca", argumenta.

Quanto à formação nas escolas, João Morais considera que as crianças e jovens são um ótimo veículo ideal para transmissão de ensinamentos em suporte básico de vida. Em alguns países nórdicos, como a Noruega, o treino e ensino começou nas crianças e foram elas que veicularam depois os conhecimentos aos pais e familiares.

ARP // JMR

Lusa/fim

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