Decisão de reduzir nota da dívida da China "é errada" - Pequim

| Economia
Porto Canal com Lusa

Pequim, 22 mai (Lusa) - O Ministério das Finanças chinês criticou hoje a decisão da Standard & Poor's, de reduzir a nota atribuída à dívida da China, considerando que a agência de 'rating' ignorou a robustez da economia do país.

"A decisão da Standard & Poor's de reduzir a nota da dívida soberana chinesa é errada", indicou o Ministério numa mensagem difundida no seu 'site'.

"Esta leitura errada negligencia os bons alicerces da China e o seu potencial de desenvolvimento", afirmou.

A S&P justificou o corte, de AA- para A+, com o "prolongado período de forte crescimento do crédito, que aumentou os riscos económicos e financeiros" para Pequim.

Várias instituições económicas internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), têm advertido Pequim para o rápido aumento da dívida corporativa. Em maio, outra agência de 'rating', a Moody's, reduziu a nota atribuída à China.

O Ministério chinês disse que a S&P ignorou o crescimento económico estável da China e os esforços das autoridades em avançar com reformas e lembrou que a economia chinesa cresceu 6,9%, no primeiro semestre de 2017, e que as receitas do governo aumentaram quase 10%.

A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico, após a crise financeira global de 2008.

O principal indicador da dívida da China atingiu um nível equivalente a 257% do Produto Interno Bruto (PIB), no final de 2016, segundo a agência suíça Bank for International Settlements (BIS). Em 2008, a dívida chinesa equivalia a 143% do PIB.

Pequim está também a encetar uma reconfiguração no modelo económico chinês, visando um maior ênfase do consumo interno, em detrimento das exportações e do investimento em grandes obras públicas.

A nota A+ é a sexta mais alta dentro do 'rating' [avaliação] atribuído pela S&P e situa-se no nível médio alto.

Em comunicado, a agência indicou que "um prolongado período de forte crescimento do crédito aumentou os riscos económicos e financeiros para a China".

"Apesar deste aumento do crédito ter contribuído para um forte crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] e preços mais altos dos ativos, acreditamos que, até certo ponto, também enfraqueceu a estabilidade financeira", acrescentou.

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