PCP quer mais soberania também na supervisão do sistema financeiro
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 18 set (Lusa) - O secretário-geral do PCP desejou hoje mais soberania para Portugal também no capítulo da supervisão bancária, comentando as medidas preconizadas pelo grupo de trabalho específico para reforma do setor criado pelo Governo socialista.
"Também nesta área deveria haver a recuperação da soberania perdida, tendo em conta que a supervisão da União Europeia é que geralmente determina o andamento das coisas. Era um bom momento para recuperar essa soberania", afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder da Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta comunistas, ecologistas e independentes, respondia a jornalistas, salvaguardando não conhecer ainda as propostas em detalhe, numa "arruada" na cada vez mais multicultural e interclassista rua Morais Soares, em Lisboa, juntamente com o cabeça de lista à Câmara Municipal da capital, o já vereador e eurodeputado João Ferreira, entre outros elementos e muitas dezenas de militantes, em campanha autárquica.
"A questão da supervisão é um problema real que temos tido porque quem a determina é o setor financeiro, privado. Por isso mesmo, temos visto os desmandos desse mesmo setor, sem qualquer eficácia da própria supervisão", criticou o líder comunista.
O grupo de trabalho para a reforma da supervisão financeira, liderado pelo ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, propôs que as "figuras de topo" do Banco de Portugal e do Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF) sejam nomeadas pelo Presidente da República e sujeitas à aprovação parlamentar.
O relatório apresentado hoje defende a manutenção das três entidades de supervisão financeira que atualmente existem - o Banco de Portugal, a CMVM e a ASF, reforçando a coordenação entre elas, bem como a criação de um Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF) e de um Conselho Superior de Política Financeira (CSPF).
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