Human Rights Watch pede sanções e embargo de armas para exército birmanês

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Porto Canal com Lusa

Nova Iorque, 18 set (Lusa) -- A organização Human Rigths Watch defendeu hoje que o Conselho de Segurança das Nações Unidas devia impor sanções e um embargo de armas ao exército birmanês para acabar com a "limpeza étnica" contra os muçulmanos rohingya.

Em comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos pediu aos líderes mundiais, que se reúnem esta semana na 72.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que considerem a crise na Birmânia "uma prioridade" e condenem "as contínuas atrocidades e a obstrução à ajuda humanitária àqueles que desesperadamente precisam dela".

"O Conselho de Segurança devia urgentemente impor a proibição de viajar e o congelamento de bens aos responsáveis pelos graves abusos e um embargo de armas generalizado à Birmânia, incluindo a proibição da cooperação militar e das operações financeiras com as empresas detidas por militares", referiu a HRW.

Segundo a organização, as forças de segurança birmanesas estão a levar a cabo "uma limpeza étnica" contra os rohingya e "a ignorar a condenação por parte dos líderes mundiais", afirmou John Sifton, do departamento Ásia da HRW, defendendo que "chegou a altura de impor medidas mais duras".

A organização acrescentou que desde 25 de agosto último, na sequência dos ataques do Exército de Salvação do Estado Rohingya (ARSA), "o exército birmanês tem realizado execuções e pilhagens em massa, destruindo centenas de aldeias e forçando quase meio milhão de rohingya a fugirem para o vizinho Bangladesh".

O Conselho de Segurança da ONU devia ainda exigir às autoridades birmanesas o acesso das agências humanitárias à população que precisa, permitir a entrada no país de uma missão das Nações Unidas para investigar as violações dos direitos humanos e assegurar o regresso voluntário e em segurança dos refugiados, defendeu.

A HRW considerou que os governos não devem esperar pelas ações do Conselho de Segurança, mas sim impor desde já proibição de viagens e congelamento de bens aos responsáveis da segurança implicados nos abusos e alargar os embargos de armas que já existem.

Segundo imagens de satélite analisadas pela organização, entre 25 de agosto e 16 de setembro, cerca de 220 cidades foram incendiadas no estado de Rakhine.

O Governo birmanês alega que os combatentes do ARSA e os rohingya são os responsáveis pela destruição das cidades, mas ainda não apresentaram provas.

A HRW defende que se ficar provado o envolvimento de comandantes do ARSA nestes crimes, estes também devem ser punidos.

Pelo menos 389 mil rohingya cruzaram a fronteira para o Bangladesh desde 25 de agosto, altura em que a violência escalou após uma ofensiva militar lançada na sequência do ataque, nesse dia, contra três dezenas de postos da polícia efetuado pela rebelião, o ARSA, que defende os direitos daquela minoria muçulmana.

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas tem previsto discutir hoje, em Genebra, as violações dos direitos humanos na Birmânia.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse no domingo que a líder de facto birmanesa, Aung San Suu Kyi, tem "a última oportunidade" de deter a ofensiva armada que obrigou milhares de rohingyas a fugir da violência.

Em declarações à BBC, Guterres afirmou que, se a Nobel da Paz não atuar, "a tragédia será absolutamente horrível".

Segundo o secretário-geral da ONU, a líder de facto tem a última oportunidade de deter a ofensiva durante um discurso que está previsto fazer ao país na terça-feira.

A ONU advertiu que a ofensiva armada pode ser considerada como uma limpeza étnica.

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