Venezuela: Igreja católica diz não existirem garantias nem condições para diálogo entre Governo e oposição

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Porto Canal com Lusa

Caracas, 17 set (Lusa) - O arcebispo de Caracas considerou hoje não existirem garantias, nem condições para um novo diálogo entre o Governo a oposição venezuelanos, porque ainda faltam cumprir condições apresentadas pelo Vaticano em finais de 2016.

"A fase exploratória para o diálogo entre o Governo e a oposição (na República Dominicana) é extemporânea, porque neste momento a prioridade são as eleições regionais. Esse é o objetivo fundamental. As eleições são importantes para estabelecer o início de uma mudança de Governo no país", disse o cardeal Jorge Urosa Savino ao diário venezuelano El Nacional.

Jorge Urosa Savino frisou que "não há garantias, nem condições para um diálogo. Ainda não se cumpriram as condições apresentadas pelo [secretário de Estado do Vaticano] cardeal Pietro Parolin, numa missiva de 01 de dezembro do ano passado", altura em que decorriam negociações entre o Governo e a oposição, em Caracas, sob a mediação do Vaticano.

Na missiva, o Vaticano pedia que fossem tomadas "as medidas necessárias para restituir" o papel constitucional da Assembleia Nacional (de maioria opositora), acusada de desacato pelo Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela.

Era também que fosse marcado um calendário eleitoral, "que permitisse aos venezuelanos decidirem, sem demoras, o seu futuro", e que fosse dada uma resposta à crise social no país.

O cardeal questionou que as duas partes tivessem chegado, após as reuniões da semana passada na República Dominicana, a acordo para um novo encontro a 27 de setembro, dado estarem marcadas para 15 de outubro as eleições regionais.

"Não se deve debater sobre se há diálogo ou não. O diálogo distrai a atenção da oposição sobre alto tão importante como as eleições (...) o resultado poderá desanimar o povo opositor. Depois das eleições é que se pode avaliar se é possível, ou não, um diálogo", declarou.

Representantes do Governo e da oposição venezuelanos decidiram, na quinta-feira, marcar um novo encontro a 27 de setembro, na República Dominicana, para avaliar o possível reinício do diálogo entre ambas partes.

A nova etapa de diálogo terá como mediadores, o México, Chile, Bolívia e a Nicarágua.

Além da avaliação de uma possível reativação das mesas de diálogo, criadas em outubro do ano passado e suspensas três meses depois, as duas delegações venezuelanas deverão também "tratar os grandes problemas" do país.

O Governo venezuelano disse que as duas partes estão "mais perto de um acordo, enquanto que a oposição exigiu, como condições para retomar o diálogo "a renovação equilibrada" do Conselho Nacional Eleitoral e o estabelecimento de um calendário eleitoral com garantias de justiça, sem impedimentos legais, datas precisas, incluindo uma eleição presidencial, em 2018, e missões de observação internacional qualificadas.

A oposição reivindicou ainda a libertação de todos os presos políticos, o regresso dos exilados e o fim das perseguições políticas, assim como a normalização constitucional do país e a imediata atenção à emergência humanitária na Venezuela.

FPG // EJ

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