Portugal falha metas de reciclagem de equipamentos elétricos - Quercus

| País
Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 dez (Lusa) - Portugal falhou em 2012, pela primeira vez em quatro anos, as metas de reciclagem de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, denunciou hoje a associação ambientalista Quercus, estimando uma redução de 30 por cento em relação a 2011.

"Em 2012 não foram atingidas as metas de reciclagem para os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE)", refere a organização ambientalista em comunicado, explicando que a meta de recolha de quatro quilogramas por habitante/ano, consagrada na legislação, "não foi alcançada pela primeira vez em quatro anos".

Segundo a Quercus, em 2012 foram recolhidos apenas 3,8 quilogramas por habitante destes resíduos.

A Quercus atribui esta redução ao facto de a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) não ter previsto nas licenças emitidas para as duas entidades gestoras de REEE - a AMB3E e a ERP Portugal - um mecanismo que compense quem conseguir maiores taxas de recolha.

Por isso, "as entidades gestoras são incentivadas a fazer apenas os mínimos", considera a Quercus, que denuncia igualmente a inexistência de regras que evitem que estas entidades "reduzam deliberadamente" as taxas de recolha por razões de concorrência.

"De 2011 para 2012 houve uma redução global nas recolhas de REEE, da responsabilidade das duas entidades gestoras em 30 por cento", adianta a Quercus.

A organização ambientalista, que fez acompanhar o comunicado de uma carta da APA, criticou a demora na divulgação dos dados relativos a 2012.

Na carta enviada à Quercus, a APA adianta que a recolha dos resíduos destes equipamentos não se resume às duas entidades gestoras e associa a quebra registada a uma menor quantidade destes equipamentos no mercado.

"Numa avaliação da evolução da quantidade de REEE recolhidos terá sempre de considerar a evolução da quantidade de equipamentos colocados no mercado, a qual, entre 2008 e 2012, registou um decréscimo superior a 30 por cento", refere a APA.

"Ao longo dos últimos anos, registou-se um acentuado decréscimo das quantidades de REEE colocados no mercado, fruto da conjuntura económica nacional. A retração verificada no consumo tem necessariamente reflexo nas quantidades de resíduos produzidos nos anos seguintes e nos resíduos recolhidos", reforçou a APA.

Argumento rejeitado pela Quercus, que apesar de reconhecer a redução do consumo de REEE, defende que esta "aconteceu gradualmente e não de forma drástica" como a redução das recolhas verificada de 2011 para 2012.

"Em 2011 atingiu-se os 5,3 quilogramas por habitante ano(tendo sido recolhidas 55.779 toneladas). O argumento da diminuição de REEE colocados no mercado não pode nem consegue ser válido para justificar os somente 3,8 quilogramas recolhidos no ano seguinte", sustenta a Quercus.

A associação ambientalista adianta que ao longo de 2012 foi notória a "menor visibilidade das campanhas de sensibilização" para a recolha destes resíduos e que houve operadores de gestão que se queixaram à Quercus de estarem a "sofrer limitações na declaração de REEE recolhidos e reciclados de proveniência particular".

"Este tipo de situações estão alimentar suspeitas de que o MAOTE (Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território) não está a conseguir controlar adequadamente a gestão de REEE", refere o comunicado da Quercus.

A agência Lusa questionou o MAOTE sobre este assunto, mas até ao momento não obteve resposta.

CFF // SO

Lusa/Fim

+ notícias: País

Mais de metade do lucro dos Jogos Santa Casa provem das raspadinhas

De acordo com o mais recente relatório divulgado pelos Jogos Santa Casa, os portugueses investiram um total de 1714 milhões de euros em raspadinhas ao longo do ano passado. A crescente popularidade das raspadinhas é evidente e já equivale a mais de metade das vendas brutas totais desta instituição, neste caso, 56%.

Em três meses foram detetados 3,5 milhões de casos de dengue na América Latina. Devemos preocupar-nos em Portugal?

A epidemia de dengue na América Latina atingiu números alarmantes em 2024, com um aumento notável de casos e mortes face ao ano anterior, informou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Mas devemos preocupar-nos em Portugal?

Conheça a previsão para os preços dos combustíveis na semana após a Páscoa

Depois do domingo de Páscoa, a semana que se segue não será diferente e os preços dos combustíveis voltam a sofrer alterações. As previsões guardam sentimento "agridoce" para os automobilistas.